Placa de muro do Metrô cai mais uma vez e atinge morador no Recife: 'Muita dor no pescoço'
Ajudante de pedreiro Marcos Roberto Bezerra da Silva estava ajudando a montar um culto na rua quando foi atingido por estrutura que desabou
Não fosse a sorte de não ter caído de cabeça e de estar em uma comunidade com muita gente próxima para lhe prestar socorro, Marcos Roberto Bezerra da Silva, de 30 anos, poderia nem estar vivo.
Na última sexta-feira (11), o ajudante de pedreiro afastava o arbusto que atrapalhava a montagem de um culto religioso na calçada rente aos trilhos do Metrô, na rua Nova Aurora, no bairro de São José, Centro do Recife, quando uma placa de concreto do muro que separa a via da rede férrea caiu em cima dele. É a segunda ocorrência desse tipo desde outubro passado, quando Kemily Silva, então com oito anos, ficou gravemente ferida durante uma festa de Dia das Crianças.
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Em conversa com a Folha de Pernambuco neste domingo (13), Marcos Roberto, que mora ali nas proximidades, na rua Imperial, disse que, enquanto era atendido no Hospital da Restauração logo após o acidente, recebeu a visita de dois funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que o informaram de que uma assistente social entraria em contato com ele na segunda-feira (14). O paciente recebeu alta na mesma noite.
“Minha cabeça está dolorida, inchada ainda. [Sinto] muita dor no pescoço, mas disseram que iam ligar para mim para me dar alguma assistência. Mas vamos ver, né?”, comenta. “Eles não tomam providência, e as placas [estão] todas velhas. Pode ver aí, ‘tudo’ partida, ‘tudo’ solta. Agora, se você for andar aqui, tem que ser no meio da pista, porque senão corre o risco de uma placa dessas cair na cabeça de alguém de novo”.
Queda antes do culto
Enquanto mostrava as marcas dos hematomas no corpo, Marcos contou que, antes de ser atingido pela estrutura, por volta das 16h, estava ajudando a montar um culto ecumênico, organizado a cada 15 dias, na rua, para toda a comunidade. “Estava tirando os matos, debaixo do muro, na calçada. Depois, eu peguei uma escada e deixei escorada na placa apenas para passar o mato para o lado de lá. Eu nem puxei o mato. Se tivesse, a queda ia ser pior. Quando eu desci, ela caiu”, lembra.
Moradora de uma casa em frente ao local da queda, a confeiteira Luzinete Maria, 62, viu todo o episódio e foi quem chamou os vizinhos para socorrer o ajudante de pedreiro. Ela diz que, “há dois ou três meses”, outra placa desabou a poucos metros de onde o acidente com Marcos foi registrado. “Meu enteado foi tentar levantar para tirar [da passagem], com o pai dele”, recorda.
A reportagem procurou a CBTU para ouvir a empresa sobre o caso, mas, até a publicação da matéria, não obteve retorno.