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HOMICÍDIO

Polícia Civil prende suspeito de matar o marinheiro Daniel Marques; homem é primo da vítima

Investigações iniciais apontavam para latrocínio, mas inquérito concluiu que o primo armou emboscada para o marinheiro

Delegado Luiz Alberto Braga, titular da 5ª DPH; e o Delegado Paulo Dias, Gestor do DHPPDelegado Luiz Alberto Braga, titular da 5ª DPH; e o Delegado Paulo Dias, Gestor do DHPP - Foto: PC-PE/Divulgação

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, na última quarta-feira (5), o suspeito de matar o marinheiro Daniel Marques Muniz Junior, executado em agosto de 2021. Identificado como Jefferson Rodrigues da Silva, de 26 anos, o homem está sendo acusado de homicídio qualificado e foi capturado em uma residência no bairro do Ipsep. Jefferson, que é primo da vítima, estava foragido desde dezembro do ano passado.

Investigado pela 5ª Delegacia de Polícia de Homicídio (DPH/DHPP), sob o comando do delegado Luiz Alberto Braga, o fato foi apontado inicialmente como latrocínio, mas alguns detalhes do crime fizeram a polícia iniciar uma investigação paralela considerando a possibilidade de execução.

"Não houve subtração de nenhum bem, o que já derruba a hipótese de latrocínio. Além disso, os disparos foram feitos na cabeça do marinheiro, o que também não é comum nesse tipo de crime, e o primo conseguiu fugir. Tudo isso nos levou a não descartar nenhuma possibilidade", explicou o delegado.

Delegado Luiz Alberto Braga, titular da 5ª DPH Delegado Luiz Alberto Braga, titular da 5ª DPH - Foto: Júnior Soares/Folha de Pernambuco

No decorrer das investigações, a polícia identificou que os primos eram bem próximos e que existia uma relação de confiança entre ambos. De acordo com o delegado Braga, quando o marinheiro embarcava a trabalho, o primo ficava de posse do carro, do cartão e controlava as finanças da vítima. 

Motivação do crime
Analisando as movimentações finaceiras do marinheiro, foram identificadas diversas transações. A vítima percebeu que estava perdendo dinheiro, mas, inicialmente, acreditou ter levado um golpe.

"O primeiro déficit percebido foi de R$ 9 mil. O marinheiro começou a investigar com advogados, mas os valores subtraídos continuavam. No total, o acusado desviou cerca de R$ 30 mil", detalhou o titular da 5ª DPH.

Quando o marinheiro levantou a possibilidade de o seu primo estar desviando o dinheiro, ele teria preparado uma emboscada, junto com traficantes da área, para executar Daniel.

Ainda de acordo com a polícia, alguns dias após a morte, Jefferson pediu um empréstimo de R$ 35 mil, em um caixa de autoatendimento, no nome do primo.

Jefferson estava foragido desde dezembro do ano passado. Agora, será acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, sem deixar meio de resistência para a vítima e também de furto qualificado por abuso de confiança. Ele responderá em regime fechado.

Envolvimento com outros crimes
Jefferson já foi investigado por possível participação em outros crimes. Em 2020, quando Katarina Freire, de 33 anos, foi morta a tiros dentro de um supermercado, também no Ipsep.

As investigações da época concluíram que o carro utilizado no crime pertencia ao marinheiro Daniel Marques, que alegou que estava embarcando a trabalho no dia do crime e que o carro estava sob posse do seu primo Jefferson.

Mas, de acordo com Luiz Braga — que não presidiu o caso Katarina — o inquérito do caso não conseguiu provas suficientes que relacionassem Jefferson ao homicídio.

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