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Polícia da Geórgia é acusada de reprimir manifestação contra lei de influência estrangeira

Texto apoiado pelo governo é acusado pelos EUA e pela UE de ter influência do Kremlin

Manifestantes protestam contra a lei de influência estrangeira na Geórgia Manifestantes protestam contra a lei de influência estrangeira na Geórgia  - Foto: Giorgi Arjevanidze/AFP

O Serviço de Investigação Especial da Geórgia abriu um procedimento de apuração, nesta segunda-feira, após denúncias de brutalidade policial contra manifestantes que protestavam em frente ao parlamento do país do Leste Europeu, em um ato contra a chamada lei de "influência estrangeira" proposta pelo governo, que analistas e governos europeus apontam como um mecanismo de repressão similar ao utilizado pela Rússia para perseguir opositores.
 

A tropa de choque da polícia foi mobilizada ao entrono do parlamento armada com canhões de água e gás lacrimogêneo para manter a ordem durante um piquete montado pelos manifestantes, que começou a se organizar ainda na madrugada do domingo. Homens encapuzados confrontaram manifestantes e imagens compartilhadas on-line mostravam o que pareciam ser manifestantes sendo espancados a socos e chutes pelos policiais em Tblisi.

A lei de influência estrangeira impõe que Organizações Não-Governamentais e meios de comunicação que recebem mais de 20% de seus recursos de fontes do exterior se declarem como sendo agentes estrangeiros, sob pena de multa e de prisão de até cinco anos. Críticos como os EUA e a União Europeia alertaram que a legislação é “inspirada no Kremlin”, que usou uma lei de nome similar para perseguir opositores.

O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, afirmou que o seu partido, o Sonho Georgiano, iria prosseguir com o plano de aprovara lei nos próximos dois dias, apesar das manifestações e protestos contrários.

— Amanhã ou depois de amanhã aprovaremos esta lei — disse o premier durante um briefing no domingo, acrescentando que sondagens indicam que mais de 61% da população apoia a medida.

Kobakhidze, quando questionado sobre possíveis sanções dos EUA, disse que não considerava isso uma ameaça “séria” e expressou esperança de que os EUA continuem a ser parceiros da Geórgia.

A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, que falou depois do primeiro-ministro, chamou o projeto de lei de “lei russa”. Pró-União Europeia, a presidente é oposição ao premier. (Com Bloomberg)

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