Abusos

Polícia do Canadá detém padre por agressões em internato indígena

O padre foi acusado de agressão sexual contra uma menina indígena de 10 anos, que teria acontecido há 50 anos.

Manifestantes homenageiam crianças indígenas desaparecidas no Canadá durante o primeiro Dia Nacional pela Verdade e Reconciliação em setembro de 2021Manifestantes homenageiam crianças indígenas desaparecidas no Canadá durante o primeiro Dia Nacional pela Verdade e Reconciliação em setembro de 2021 - Foto: AFP

A polícia canadense anunciou nesta sexta-feira (18), a prisão de um padre católico por suspeita de agressão sexual a uma estudante indígena há cinco décadas, as acusações mais recentes contra uma pessoa envolvida no histórico escândalo destes internatos no país. 

Arthur Masse, de 92 anos, agora aposentado, foi acusado de "agressão indecente" e posteriormente colocado em liberdade condicional. Deverá comparecer perante a Justiça em 20 de julho. 

Líderes indígenas reivindicam que os ex-professores e coordenadores desses internatos sejam processados, após a terrível descoberta no ano passado de mais de 1.300 sepulturas nos locais onde estes centros funcionavam, revelando um capítulo sombrio da história colonial do Canadá. 

Cerca de 150.000 indígenas, crianças métis e inuits, foram internados à força em 139 internatos, do final dos anos 1800 até a década de 1990 em todo Canadá. Passaram meses, e até anos, isolados de suas famílias, língua e cultura. 

Muitos deles sofreram abusos físicos e sexuais. Acredita-se que milhares morreram de doenças, desnutrição, ou negligência. 

A vítima que levou à prisão de Masse tinha 10 anos quando teriam começado os abusos no internato de Fort Alexander em Manitoba, entre 1968 e 1970. 

"A vítima neste caso passou por muita coisa em meio ao processo de investigação e se manteve firme para levantar a voz sobre o que aconteceu com ela", afirmou o sargento Paul Manaigre, da Polícia Real Montada do Canadá, em entrevista coletiva. 

"O mais importante para ela, em um dia como hoje, é que ela foi ouvida", acrescentou. 

De acordo com Manaigre, cerca de 80 policiais participaram da investigação que durou uma década e incluiu outras 75 possíveis vítimas e testemunhas. "Até o momento, esta é a única investigação [em Manitoba] que está sendo realizada sobre os internados, e esta é a única acusação apresentada", completou.

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