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Tiroteio

Polícia encontra motorista morto após cerco a van pós-tiroteio na Califórnia

A polícia dos Estados Unidos deteve uma van após um longo confronto neste domingo

Polícia encontra motorista morto após cerco a van pós-tiroteio na CalifórniaPolícia encontra motorista morto após cerco a van pós-tiroteio na Califórnia - Foto: Eric Thayer/ Getty Images via AFP

A polícia dos Estados Unidos, que procurava o atirador que deixou 10 mortos em um estúdio de dança na Califórnia durante a comemoração do Ano-Novo Lunar, deteve uma van após um longo confronto neste domingo. Imagens divulgadas mostravam o corpo do motorista.

A caçada havia começado 12 horas antes, depois que um homem descrito pela polícia como asiático abriu fogo em um estúdio de dança de Monterey Park, localidade do condado de Los Angeles que tem uma grande comunidade asiática. Testemunhas disseram que o suspeito atirou indiscriminadamente e parecia estar fortemente armado.

Segundo o xerife Robert Luna, a polícia recebeu as primeiras chamadas de emergência às 22h20 locais de ontem e encontrou pessoas fugindo do local. "Infelizmente, os paramédicos declararam a morte de 10 vítimas", lamentou. Autoridades informaram que se tratavam de cinco mulheres e cinco homens.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tuitou que ele e a mulher, Jill, estavam "rezando pelos mortos e feridos" e assinalou que acompanha a situação de perto.

Outro incidente
O xerife Luna descreveu um segundo incidente, na localidade vizinha de Alhambra, cerca de 20 minutos depois, no qual um homem asiático armado entrou em um salão de baile, mas foi derrubado e desarmado, fugindo em seguida. Segundo Luna, estava sendo investigado se os incidentes estavam relacionados.

No fim da manhã, a polícia cercou um veículo em Torrance, a pouco mais de 40 km de Monterey Park. Imagens aéreas mostraram uma van branca cercada por blindados, enquanto um grande número de patrulhas se encontravam perto do local. Segundo o jornal "Los Angeles Times", que citou uma fonte da polícia, tiros foram disparados.

Registros feitos pela AFP no local mostram o corpo de um homem no banco do motorista. Citando fontes da polícia, o Los Angeles Times informou que o homem morreu devido a um ferimento de bala autoinfligido.

Não houve confirmação imediata da polícia. Antes, o xerife Luna havia dito apenas que "uma operação tática" estava em andamento. "Poderia ser o nosso suspeito? Possivelmente", declarou.

O gabinete do xerife havia divulgado imagens do suspeito, aparentemente registradas por câmeras de vigilância, que mostravam um homem asiático usando gorro e óculos. "Não sabemos se foi um crime de ódio como define a lei, mas quem entra em um salão de dança e atira contra 20 pessoas?", questionou Luna.

O tiroteio foi o mais letal nos Estados Unidos desde o massacre em Uvalde, Texas, que deixou 22 mortos em uma escola primária em maio passado. Policiais e peritos continuavam trabalhando no local do massacre.

Wong Wei, morador da cidade, disse ao jornal "Los Angeles Times" que uma amiga sua estava no banheiro quando os tiros começaram. Ao sair, ela viu um homem com uma arma longa, que atirava à queima-roupa. Também viu o corpo de duas mulheres e de uma pessoa que identificou como dono do estúdio.

O jornal informou que Seung Won Choi, dono de um restaurante de frutos do mar próximo ao local do crime, contou que três pessoas entraram correndo em seu restaurante e disseram a ele para trancar a porta. As três relataram que havia um homem com uma arma semiautomática e bastante munição, acrescentou Choi, em entrevista ao jornal.

Ainda de acordo com Los Angeles Times, dezenas de milhares de pessoas estavam reunidas desde cedo para as festividades de dois dias do Ano-Novo chinês. O segundo dia de celebração, que seria hoje, foi cancelado devido ao ataque.

Judy Chu, primeira americana de origem chinesa eleita para o Congresso dos Estados Unidos e ex-prefeita de Monterey Park, declarou no Twitter que estava "devastada pelas vítimas, por suas famílias e pela população de sua cidade natal".

Em 2021, mais de 7.000 crimes de ódio foram denunciados nos Estados Unidos, afetando mais de 9.000 pessoas, segundo dados do Departamento da Justiça. Deste total, dois terços estavam relacionados a raça.

A violência armada é um grande problema nos Estados Unidos, onde, segundo o site Gun Violence Archive, houve 647 ataques armados no ano passado, definidos como incidentes envolvendo quatro ou mais pessoas baleadas, ou mortas, sem incluir o atirador. Mais de 44.000 pessoas morreram no país por ferimentos a bala em 2022, e mais da metade delas, por suicídio.

Os Estados Unidos têm mais armas do que pessoas: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma, e quase um em cada dois adultos mora em uma casa com uma arma.

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