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Polícia fará uma nova perícia nesta quarta (10) na garagem de ônibus que foi incendiada no Rio

Os agentes seguem ouvindo testemunhas e em busca de imagens de câmeras para esclarecer os fatos. As empresas afetadas pelo incêndio são responsáveis por 40% das linhas de ônibus da cidade

Incêndio em PetrópolisIncêndio em Petrópolis - Foto: Reprodução/Twitter

Peritos voltarão nesta quarta-feira (10) á garagem das empresas Petro Ita e Cascatinha, na Rua Coronel Veiga, em Petrópolis, na Região Serrana do estado, para fazer uma nova perícia do local. A Polícia Civil investiga se o incêndio que destruiu 90 ônibus foi causado por ato criminoso. O caso está com a 105ª DP (Petrópolis), que já havia realizado uma primeira perícia no fim da manhã desta terça-feira (9), horas depois do incêndio.

"Ainda não há uma linha de investigação. Muito prematuro afirmar qualquer coisa. Estamos ouvindo testemunhas. É necessário o laudo pericial do local" afirmou nesta manhã a delegada Cristiana Bento, titular da 105ª DP.

A delegada informou ainda que o local foi interditado pela Polícia Civil e que agentes estão realizando outras diligências para descobrir a causa do incêndio. A polícia segue ouvindo testemunhas e em busca de captação de imagens de câmeras para esclarecer os fatos.

Endividadas, as empresas aparecem no site de consultas da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional como detentoras de dívidas milionárias: a Cascatinha deve R$ 59,156 milhões, enquanto a Petro Ita chega à dívida de R$ 111,557 milhões. O problema atinge até os funcionários, que confirmaram ao Globo o atraso de salários. Até o momento, a reportagem não conseguiu contatar as empresas.

Em março deste ano, uma operação da Polícia Civil com o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão para apurar fraude na licitação dos transportes da cidade, que teria tirado da Cascatinha algumas linhas de ônibus, que passaram a ser operadas pela empresa Cidade das Hortênsias.

À época, as buscas incluíram a casa do prefeito Rubens Bomtempo, de outras quatro pessoas e a sede de três empresas. A investigação teve início a partir de outro inquérito, da 105ª DP (Petrópolis), sobre um suposto esquema de corrupção, dispensa irregular de licitação e desvio de recursos na Companhia Petropolitana de trânsito (CPTrans) que teria começado após a tragédia da chuva em Petrópolis, que deixou mais de 200 pessoas mortas em fevereiro de 2022.

As empresas afetadas pelo incêndio são responsáveis por 40% das linhas de ônibus da Cidade Imperial, segundo a prefeitura de Petrópolis, que autorizou o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro) "a buscar todos os meios necessários para garantir o atendimento à população".

Em nota, o município também informa que "irá acionar o Ministério Público, para que haja rigorosa apuração sobre as causas do ocorrido".

Já o Setranspetro observou que, ao todo, 50 linhas de ônibus operam com horários emergenciais. Segundo o sindicato, ainda não foi possível calcular os prejuízos e danos.

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