Logo Folha de Pernambuco

Gravatá

Polícia investiga suposta venda de recém-nascida no Interior de Pernambuco a casal do Rio de Janeiro

A criança foi encaminhada a uma casa de acolhimento não informada

Viatura da Guarda Municipal de GravatáViatura da Guarda Municipal de Gravatá - Foto: Divulgação

A suposta venda de uma recém-nascida em Gravatá, no Agreste de Pernambuco, a um casal do Rio de Janeiro é alvo de investigação da Polícia Civil do Estado. Segundo relatos repassados à corporação, a bebê estaria sendo vendida pela própria mãe, uma mulher de 20 anos. 

A mãe biológica e o casal do Rio, um homem de 56 anos e uma mulher de 48, foram detidos e soltos nessa quinta-feira (26), data em que a recém-nascida completou três dias de vida. A criança foi encaminhada a uma casa de acolhimento não informada, como preza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os três foram autuados por outras ocorrências contra a pessoa na Delegacia de Gravatá. “As investigações começaram e seguem até o esclarecimento do fato”, informou a Polícia Civil, por meio de nota. 

Segundo o secretário-executivo de Segurança Pública de Gravatá, Irnaldo Pedro da Silva, em fala à Folha de Pernambuco, a Guarda Municipal da cidade recebeu uma denúncia anônima relacionada a uma mãe que tentava fazer uma procuração para autorizar a ida da filha recém-nascida ao Rio de Janeiro.

“Soubemos que ela tinha ido à Defensoria Pública, que informou não fazer esse tipo de declaração. O Conselho Tutelar já havia levantado endereço”, explicou.

Ainda de acordo com Irnaldo, quando a Guarda Municipal chegou ao local, a mulher informou que a criança estava num carro perto nas proximidades. “A Guarda então abordou os ocupantes do carro, era um carro de aplicativo. Tinha um senhor e uma senhora e a criança estava embalada no banco traseiro”, acrescentou o secretário. 

O secretário disse ainda que a criança nasceu em uma maternidade de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado. A mãe tentou, com o casal do Rio, registrar a criança na cidade, mas encontrou o cartório fechado. O trio foi então até Chã Grande, também na Mata, e não conseguiu registrar por não ser o local de residência da mãe. A criança foi, por fim, registrada já em Gravatá.

“Em casa, ela disse que a criança tinha nascido sem vida. Ela saiu da maternidade e já tinha passado as crianças para essas pessoas. Não queria que os familiares soubessem da história”, completou Irnaldo. A Guarda Municipal conduziu o casal e a mãe para a Delegacia de Gravatá. 

Suposta venda
Em relação à suposta venda, o secretário informou que o homem do Rio de Janeiro chegou a relatar que se conheceram no site de compra e venda quando a mãe estava com oito meses de gravidez. “Eles não confessaram. O delegado vai dar continuidade às investigações. Não podia comprovar, só tinha suspeita que era venda”, disse. 

“A criança já saiu [da maternidade] para os braços das pessoas que iam levar. O carro estava ligado para partir para o Recife. Mais 10 minutos, a gente já tinha perdido”, completou Irnaldo.

O conselheiro tutelar de Gravatá Adilson Santos relatou que informações que chegaram apontavam que a mãe tinha conhecido o casal num site de compra e venda e que mantinham contato. 

“Quando a criança nasceu, vieram para cá. Não se sabe se realmente tinha sido vendido, a investigação que vai conseguir algo”, disse. “Ela [a mãe] afirma que tinha dado a criança”, completou.

O conselheiro afirmou ainda que apenas o nome da mãe consta na certidão de nascimento da recém-nascida. “A criança está sob a responsabilidade do Estado, está acolhida. Agora é com o juiz. Se devolve para a mãe, se entrega para a família. O pai que não está registrado pode entrar em contato e fazer DNA”, esclareceu Adilson.
 

Veja também

Netanyahu chama TPI de 'antissemita' após emitir ordens de prisão contra ele
repercussão

Netanyahu chama TPI de 'antissemita' após emitir ordens de prisão contra ele

Parque Santana, na Zona Norte do Recife, recebe ação informativa sobre o câncer infanto-juvenil
Conscientização

Parque Santana, na Zona Norte do Recife, recebe ação informativa sobre o câncer infanto-juvenil

Newsletter