Polícia paraguaia detém senador argentino na fronteira com Brasil com 211 mil dólares não declarados
Kueider mostrou documento supostamente assinado por Cristina Kirchner apontando que parlamentares não poderiam ser detidos exceto em caso de crime em flagrante
Um senador argentino foi detido pela polícia paraguaia em Ciudad del Este, na tríplice fronteira com Argentina e Brasil, onde foram apreendidos mais de 200 mil dólares, além de notas de seu país e do Paraguai, informou um relatório oficial nesta quarta-feira.
“O senador argentino Edgardo Kueider foi detido e foram apreendidos 211.102 dólares, que ele não sabia justificar, bem como o veículo em que viajava”, disse o diretor da Receita Tributária, Oscar Orué, aos repórteres.
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Além da moeda americana, Kueider levava consigo 646 mil pesos argentinos e 3.900.000 guaranis (cerca de R$ 3.850,00 e R$ 3.016,00 respectivamente).
“O promotor ordenou que ele fosse a um hotel [em Ciudad del Este] e o chamaram para testemunhar nesta quarta-feira”, relatou Orué, acrescentando posteriormente que “se ele não justificar o apoio desse dinheiro, poderá ser processado por contrabando ou lavagem de dinheiro".
Orué disse que a entrada de uma quantia significativa de dinheiro como a que o político argentino transportava não é ilegal. “O que ele não fez foi declarar”, disse ele. O governo argentino foi informado do incidente através de sua embaixada em Assunção, detalhou seu porta-voz.
A prisão de Kueider ocorreu na madrugada desta quarta-feira na Ponte da Amizade – sobre o rio Paraná —, que liga Ciudad del Este (Paraguai) e Foz do Iguaçú (no Brasil) a poucos quilômetros da cidade argentina de Puerto Iguazu.
Ao tentar fugir do controle fronteiriço, Kueider mostrou às autoridades alfandegárias um documento supostamente assinado pela ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) no qual se enfatiza que nenhum parlamentar argentino poderia ser detido exceto em caso de prática de crimes em flagrante, indicou a autoridade paraguaia.
Kueider foi eleito senador nacional pela província argentina de Entre Ríos em 2019, ingressando pela coligação Frente de Todos, de centro-esquerda, mas em 2022 saiu daquele bloco e este ano foi aliado do governo de Javier Milei em várias votações importantes no Senado.