Logo Folha de Pernambuco

Bahia

Polícia vai bloquear entrada de festas de Réveillon, diz governador da Bahia

Secretaria de Saúde do estado reconhece atravessa uma segunda onda de casos da Covid-19

Elevador Lacerda, em SalvadorElevador Lacerda, em Salvador - Foto: reprodução/Internet

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou, nesta quinta-feira (5), que a Polícia Militar fará o bloqueio da entrada de estabelecimentos comerciais que descumprirem a determinação de não realizar festas de Réveillon neste ano no estado.

A medida foi tomada diante do anúncio de realização de festas de final de ano em diversas cidades baianas mesmo diante do crescimento de novos casos da Covid-19 no estado nas últimas semanas.

"Não será permitida nenhuma festa de final de ano em dezembro [...] A vida humana é mais importante do que o faturamento nas festas. É melhor segurar a festa agora do que ter que fechar estabelecimentos que geram emprego e renda para a população", afirmou o governador.

Ele ainda disse que qualquer estabelecimento comercial que anunciar a realização de festas para os meses de dezembro e janeiro no estado será notificado preventivamente pela polícia.

Para isso, as secretárias de Saúde e Segurança Pública farão um monitoramento do anúncio de festas em redes sociais e veículos de imprensa. Caso, mesmo com a notificação, a festa seja realizada, a ordem é bloquear com a Polícia Militar o acesso do público a bares, clubes ou casas de show.

O decreto estadual relacionado à pandemia em vigência na Bahia autoriza apenas a realização de eventos com até 200 pessoas no território baiano. O governador, contudo, destacou que o decreto vale para eventos comerciais ou religiosos. E disse que não está autorizada a realização de festas no estado, independentemente do tamanho do público.

Nas últimas semanas, prefeituras de diversas cidades turísticas da Bahia emitiram decretos autorizando a realização de festas de Réveillon em bares, clubes, arenas e casas de show. É o caso, por exemplo, de Porto Seguro. A prefeitura autorizou a realização de festas tanto na sede da cidade quanto nos distritos de Trancoso, Caraíva e Arraial D’Ajuda.

O decreto autoriza a realização de festas entre 11 e 21 de dezembro e determina que cada espaço para festas deverá funcionar com no máximo 60% de sua capacidade, o que irá permitir a realização de eventos com milhares de pessoas.

Nas regras definidas pela prefeitura, alguns espaços de eventos teriam condições de realizar eventos com até quatro mil pessoas, informou a prefeitura, que promete fiscalizar o cumprimento dos protocolos sanitários.

Na cidade vizinha de Santa Cruz Cabrália, uma festa de Réveillon com público estimado em 600 pessoas está no centro de protestos dos moradores do povoado de Santo André, conforme mostrou reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Em Salvador, o Festival da Virada, que vinha acontecendo nos últimos anos em um formato com cinco dias de festa, incluindo a noite de Réveillon, foi suspenso. Para marcar a virada do ano, a prefeitura vai realizar uma live no Forte de São Marcelo, que fica na baía de Todos-os-Santos, com a participação de Gusttavo Lima e Ivete Sangalo.

A Bahia vive uma segunda onda de casos da Covid-19, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas. Ele afirmou que o estado registrou crescimento progressivo de casos da doença nas últimas três semanas.

"É possível falar que nós estamos já enfrentando uma segunda onda. Uma segunda onda em um cenário mais grave do que enfrentamos na época do início da pandemia", disse o secretário em entrevista à TV Bahia. O estado já regisrou 8.336 mortes até agora.

Nesta quinta-feira, o governo baiano anunciou a reabertura de 70 novas vagas de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o tratamento da Covid-19 em quatro cidades baianas. Uma das cidades que terá aumento de leitos é justamente Porto Seguro, onde o governo determinou a abertura de 10 novas vagas para pacientes graves da Covid-19.

Veja também

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel
POSICIONAMENTO

Argentina rejeita ordem de prisão do TPI porque 'ignora' direito de defesa de Israel

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido
FAMÍLIA REAL

Coroação do rei Charles III custou R$ 528 milhões ao Reino Unido

Newsletter