Policial civil é punida pela SDS por publicar vídeos com armas, farda e distintivo em rede social
Perfil da agente no TikTok tem quase 300 mil seguidores, além de milhões de visualizações
A agente de Polícia Civil de Pernambuco Ruana Pedrosa de Andrade foi punida pela Secretaria de Defesa Social (SDS) por publicar vídeos no TikTok, rede social em que acumula quase 300 mil seguidores, usando armas, farda e distintivo da corporação.
Portaria assinada pelo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, no boletim geral da pasta de terça-feira (6), indica que Ruana foi punida com 14 dias de suspensão por causa dos vídeos. Essa pena, no entanto, foi convertida em multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração. Com isso, a servidora foi obrigada a permanecer no serviço.
Um dos vídeos publicados por Ruana no TikTok, que tem 2,4 milhões de visualizações, mostra Ruana com uma farda com o brasão da Polícia Civil e uma arma presa a uma bolsa em sua perna. Num segundo, com quase 5 milhões de visualizações, ela aparece colocando um revólver menor no cinto preso e depois pegando uma arma maior.
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Um terceiro, com 3,2 milhões de visualizações, mostra a agente fazendo uma "dancinha" típica da rede social com a legenda "plantão de final de semana". Em seguida, aparece uma colega de Ruana, também vestida de policial civil.
No documento com a suspensão da policial, a Polícia Civil afirma que a conduta de Ruana divulgava "fatos ocorridos na repartição", de forma em que negligenciava o "cumprimento dos seus deveres", além de dar conhecimento ao público de "informações sobre investigações e serviços de interesse policial". A corporação disse ainda que Ruana prevaleceu da função policial "de forma abusiva".
O secretário Humberto Freire também alega que alguns dos vídeos feitos e publicados por Ruanda na rede social possivelmente foram produzidos "em recintos de unidades da Polícia Civil de Pernambuco durante o expediente".
A Folha de Pernambuco entrou em contato com Ruana Pedrosa para que a agente se posicione sobre a punição. Ela pediu para a reportagem falar com o Sindicato dos Policias Civis (Sinpol).
A reportagem entrou em contato com o sindicato. A entidade classificou a punição, através do seu presidente, Rafael Cavalcanti, como "extremamente exagerada".
"A gente entende que há restrições por uma necessidade de preservação da instituição, mas no caso de Ruana não houve nenhum uso das insígnias ou superexposição da Polícia Civil de uma forma degradante ou que venha depreciar a imagem da corporação", aponta Rafael Cavalcanti.
Rafael Cavalcanti disse ainda querer acreditar "que não há sexismo na postura da Corregedoria". "Ruana é uma servidora exemplar, com muitos elogios na ficha dela e com um trabalho investigativo reconhecido pela própria instituição. O sindicato continuará prestando toda assistência jurídica até as últimas instâncias, inclusive, podendo judicializar a questão para defender a servidora”, finaliza o presidente.