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Polônia anuncia envio de mais 2 mil soldados à fronteira com a Bielorrússia

A movimentação do Exército polonês ocorre em meio a uma escalada de conflitos entre a Rússia e Ucrânia, e após Moscou prometer uma 'resposta rápida' ao apoio ocidental a Kiev

Sistema de mísseis de defesa aérea no topo da sede do Ministério da Defesa da Rússia em Moscou, na semana passada Sistema de mísseis de defesa aérea no topo da sede do Ministério da Defesa da Rússia em Moscou, na semana passada  - Foto: Alexander Nemenov / AFP

A crescente tensão entre Varsóvia e Minsk ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira com o anúncio do envio de mais 2 mil soldados poloneses à fronteira com a Bielorrússia — aliada de primeira hora de Moscou, que prometeu defendê-la de possíveis agressões —, em resposta aos exercícios militares bielorrussos e deslocamento de forças mercenárias do Grupo Wagner na região. A movimentação do Exército polonês ocorre em meio a uma escalada de conflitos entre a Rússia e Ucrânia, com consecutivos ataques de drones no território russo, e após Moscou prometer uma "resposta rápida" ao apoio ocidental a Kiev.

Varsóvia também acusa Minsk e Moscou de organizarem um novo fluxo recorde de migrantes para a União Europeia (UE) para desestabilizar a região. Para conter essas inúmeras tentativas de travessia, os guardas de fronteira poloneses já haviam solicitado o destacamento de 1 mil soldados no início da semana.

— Não será um reforço de 1 mil soldados, mas de 2 mil — atualizou o vice-ministro do Interior, Maciej Wasik, nesta quarta-feira.

O plano prevê que as tropas sejam destacadas em duas semanas e que se somem aos 2 mil agentes já estacionados na fronteira com a Bielorrússia.

Recentemente, o governo polonês advertiu sobre as provocações da Bielorrússia, com exercícios militares na região, além dos riscos da presença do grupo de mercenários russos Wagner no país. Após o motim fracassado em Moscou, o grupo paramilitar moveu um grande contingente de tropas para o território da Bielorrússia como parte de um acordo com Minsk.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a advertir a Polônia de que trataria qualquer "agressão" à aliada Bielorrússia como um ataque ao seu próprio país, garantindo que responderiam "com todos os meios à nossa disposição".

Moscou promete resposta 'rápida'
A militarização da Polônia é um problema para Moscou, que, em meio aos constantes ataques de drones ucranianos em seu território — incluindo a região da capital —, acusa os países ocidentais de ameaçar sua segurança, prometendo uma resposta "rápida e adequada" à multiplicação de "ameaças" em sua fronteira ocidental.

Além da Polônia, entre as ameaças, o governo russo também listou o apoio ocidental a Kiev e a adesão da Finlândia (e logo da Suécia) à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"A disposição do Ocidente de investir uma parte significativa de seus recursos na Ucrânia para mudar a situação no campo de batalha cria sérios riscos de uma escalada do conflito", disse no Telegram o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, nesta quarta-feira.

Nesta quarta-feira, dois drones foram abatidos na região da capital, afirmaram autoridades russas. Até este ano, Moscou havia sido muito raramente afetada pela guerra, iniciada em 24 de fevereiro de 2022. Em maio, uma ação com dispositivos não tripulados causou estragos a diversos edifícios na capital e outra chegou a atingir um prédio no complexo do Kremlin, residência oficial do presidente Vladimir Putin na capital, causando uma escalada no conflito.

Por sua vez, as autoridades ucranianas, há muito cautelosas sobre se suas forças estavam envolvidas em ataques em solo russo, reconheceram recentemente que alguns foram, sim, orquestrados por Kiev, deixando cada vez mais claro que não permitirão que a guerra se limite a seu próprio território.

— Gradualmente, a guerra está voltando ao território da Rússia, a seus centros simbólicos e bases militares — disse o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, no final do mês passado. — E este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo. (Com AFP e New York Times.)

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