Por conta de tubarões, Cemit prepara manual de cuidados durante feriadão da Semana Santa
Em 2023, Pernambuco teve três incidentes envolvendo animal marinho, sendo um em Del Chifre e dois em Piedade
A praia é um destino comum para os pernambucanos durante qualquer feriado, principalmente quando a folga acontece entre a sexta-feira e o fim de semana, como é anualmente na Semana Santa. Por conta disso e dos recentes incidentes envolvendo tubarões em Pernambuco, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) produziu um manual com informações e dicas para que os próximos dias sejam de diversão e segurança.
Em 2023, a tradição do cristianismo teve início no último domingo (2) e se estenderá até o próximo (9). Um maior número de pessoas circulando nas praias é esperado para acontecer a partir desta sexta-feira (6).
Os dois próximos feriados que também devem reunir aglomerações nas praias em breve são: Tiradentes, no próximo dia 21; e o Dia do Trabalhador, em primeiro de maio.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, desde o terceiro incidente com tubarões neste ano, os postos de fiscalização nas praias foram aumentados. Anteriormente, eram cinco postos durante a semana e sete em feriados e finais de semana. Atualmente, os números subiram para 13 e 17, respectivamente. Além disso, duas embarcações volantes estarão à disposição, tanto para alertar sobre a presença de tubarões quanto para casos de afogamento.
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Abaixo, confira as informações repassadas pelo Cemit
- A conjunção de lua cheia, maré alta e praias lotadas pode aumentar risco de incidentes com tubarões
- Caso o cidadão decida tomar banho de mar, deve optar por áreas com proteção de recifes, maré baixa, sol e águas claras
- Em dias de chuva, geralmente há um aumento da turbidez da água do mar. O cuidado, nesses casos, deve ser redobrado
- O trecho de 33 km. que vai dos coqueirais da Praia do Paiva (Cabo de Santo Agostinho) até a Praia do Farol (Olinda), é um trecho com maior probabilidade de incidentes com tubarões. A prática de atividades náuticas nesse perímetro é proibida
- Banhos de mar no amanhecer ou entardecer, em áreas abertas sem a proteção dos recifes, em dias chuvosos e com águas turvas podem aumentar o risco de incidentes
- Por lei, o único ponto proibido para banho de mar é um trecho de 2,2 km. da Praia de Piedade, entre a Igrejinha e o Hotel Barramares
- Nas praias do Paiva (Cabo de Santo Agostinho) e do Farol (Olinda), a preferência é de banhos de mar em maré baixa, áreas com proteção de recifes, dias com sol e águas claras
Relembre os casos
O primeiro incidente envolvendo tubarão e humano neste ano, em Pernambuco, foi registrado no dia 20 de fevereiro, na Praia de Del Chifre, em Olinda, quando André Sthwart Luiz Gomes da Silva, de 32 anos, surfava em uma área proibida. Ele foi surpreendido com a mordida de um tubarão cabeça-chata de 2,5 metros. O homem foi levado ao Hospital da Restauração e segue se cuidando em casa. A perna atingida não precisou ser amputada.
No dia cinco do mês passado, um adolescente de 14 anos foi mordido por um tubarão na coxa direita. Ele estava tomando banho de mar em área proibida, na companhia do tio, próximo à Igrejinha. O garoto foi levado ao Hospital da Restauração e ainda não recebeu alta.
No dia seguinte, uma adolescente de 15 anos, também na Praia de Piedade, tomava banho de mar quando teve o seu braço esquerdo amputado pela própria mordida do animal. Ela estava em área permitida para banho, perto do Hotel Golden Beach.
Mudança no Cemit
Depois da terceira vítima de tubarão no ano ser confirmada em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) anunciou que o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) seria submetido à Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do governo. Antes, o Cemit era vinculado à Secretaria de Defesa Social (SDS). Ela explicou o porquê da mudança iniciada no mês passado.
“Estamos passando o Comitê para a liderança da Secretaria de Sustentabilidade e Meio Ambiente, para que a atuação do Governo de Pernambuco seja mais ampla. O que muda é que vamos deixar de ter atuação quando o incidente acontece e passar a atuar mais preventivamente, entendendo o que tá acontecendo na natureza e com os tubarões e o comportamento deles em Pernambuco. A gente quer prevenir”, disse Raquel, à época.