'Por mim, não teria Carnaval', diz Bolsonaro após pergunta sobre avanço da Covid na Europa
Por outro lado, presidente disse ser contra novas medidas restritivas no Brasil em razão da economia
O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quinta-feira (25), que, se dependesse dele, não haveria carnaval ano que vem. A declaração foi dada em entrevista dada à Rádio Sociedade da Bahia, após pergunta sobre a nova onda de Covid-19 na Europa e restrições impostas por alguns países como forma de frear o avanço da doença. Por outro lado, ele afirmou ser contra a aplicação de medidas restritivas no Brasil em razão da economia.
A entrevistadora perguntou como ele via as medidas impostas na Europa e se era favorável à realização do carnaval. Bolsonaro respondeu:
"Por mim não teria carnaval. Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e os prefeitos. Não quero aprofundar nessa que poderia ser uma nova polêmica.
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Ele fez uma referência à decisão do STF que deu autonomia a estados e municípios para tomar medidas de combate à pandemia, embora sem isentar o governo federal de responsabilidades. Bolsonaro, notório opositor das medidas de restrição, culpou governadores e prefeitos pelas mortes da pandemia, citando o carnaval de 2020, que não foi cancelado.
"Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não havia óbitos no Brasil, eu declarei emergência, e os governadores e prefeitos ignoraram, fizeram o carnaval. As consequências vieram. Chegamos a 600 mil óbitos. E alguns tentaram imputar a mim essa responsabilidade. Não tenho culpa disso. Não estou esquivando, nem apontando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e aos governadores. O que coube a mim? Mandar recursos" disse Bolsonaro.
Sobre as restrições na Europa, o presidente disse:
"Estou vendo que alguns países da Europa estão retomando sim medidas de lockdown. Se tiver outro lockdown no Brasil, em estados e municípios, vai quebrar de vez a economia. Esse é a nossa preocupação".