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Coronavírus

Por precaução, Unimed aumenta leitos para a Covid-19 e pede ponderação com procedimentos eletivos

Hospitais da Unimed têm atuado com rigor nos protocolos sanitários contra a Covid-19Hospitais da Unimed têm atuado com rigor nos protocolos sanitários contra a Covid-19 - Foto: Divulgação

Depois do Real Hospital Português (RHP) emitir, nesta semana, um documento acerca dos procedimentos eletivos na unidade, suspendendo, inclusive, cirurgias estéticas a partir da próxima segunda-feira (16), por conta do recrudescimento de casos da Covid-19, nesta sexta (13), foi a vez de a Unimed Recife fazer recomendações internas. 

Em um áudio compartilhado via aplicativo de conversas, a presidente da rede no município, Dra. Maria de Lourdes, pediu que os cooperados avaliem a necessidade de realizar os procedimentos que estão agendados para os seus pacientes nos próximos dias, sobretudo os de caráter não emergencial. 

A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com a médica e gestora para checar a veracidade da gravação, na qual ela diz que, nos últimos 15 dias, tem sido observado "um aumento no quantitativo de atendimentos de Covid-19 nas emergências, bem como nos internamentos em alas e UTIs, chegando em números próximos ao pico da pandemia, ou seja, em meados de maio”. 

Dra. Maria de Lourdes confirmou ter feito comunicado e explicou que se trata de uma medida preventiva diante do aumento de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus que têm chegado à rede. 

“Temos recebido muitos casos elegíveis, pessoas com sintomatologia muito forte para a Covid-19 e que, às vezes, precisam ficar dois, três dias internadas. E têm muitas cirurgias marcadas, então não podemos usar os leitos. Cirurgias plásticas, de otorrino, podem esperar um pouco mais, não têm necessidade de ser agora, diferente de partos ou casos de acidente, por exemplo. Pedimos para que, se puderem, esperem passar os meses de novembro e dezembro, para podermos dar preferência aos pacientes que chegam com quadros da Covid-19”, detalhou. 

A intenção, segundo ela, é evitar que, caso haja um aumento ainda mais expressivo de casos da doença, faltem leitos para acomodar os pacientes que necessitarem de internamento. Nos meses de abril e maio, período do pico da epidemia no Grande Recife, a Unimed registrou fila de espera por leitos de terapia intensiva, chegando encaminhar pacientes para o RHP. 

“Precisamos agir com prudência e avaliar como serão as próximas semanas. A Europa está vivendo uma situação gravíssima (na França, segundo o governo do país, já há mais pessoas hospitalizadas agora do que na primeira onda). Como a gente pode ter certeza que isso não vai acontecer aqui? O cenário é muito incerto. Temos que pensar em dar apoio a quem está precisando, sobretudo os idosos”, frisou Dra. Maria de Lourdes. 

O Hospital Unimed I, em frente à Praça Chora Menino, na Ilha do Leite, tem urgência e atendimento exclusivo para a Covid-19. Nesta sexta, inclusive, foram abertos 10 novos leitos de internamento na unidade (que contava com 10), dos quais dois foram prontamente ocupados. “Não queremos ser pegos de surpresa. Nem sempre você consegue transferir o paciente”, disse a médica e gestora, que reportou uma mudança em relação ao começo da epidemia no Recife.  

"Tenho observado que a sintomatologia não está tão grave como da outra vez, quando os pacientes já chegavam extremamente dispnéicos, com quadros graves. Agora, estão procurando atendimento mais cedo, então dá tempo de observar mais, medicar."

A média móvel de casos da Covid-19 em Pernambuco tem registrado aumento nas últimas semanas. As redes de saúde privada e pública sentem um aumento gradativo na demanda de pacientes desde a última quinzena de outubro, tendo ficado mais forte nos últimos dez dias. Nesta quinta (12), inclusive, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) anunciou a reabertura de leitos que haviam sido desativados no Sistema Único de Saúde (SUS).  

Dra. Maria de Lourdes fez questão de frisar que o comunicado feito nesta sexta não deve caráter alarmante, sobretudo por conta do também aumento de procura médica para casos de ansiedade. Pede, porém, consciência diante do momento delicado. “Se as pessoas não fizessem aglomerações, se estivessem tomando os cuidados, a situação poderia ser menos complicada. Não quero fazer alarde de forma alguma. Mas eu quero ter condições de acolher o meu paciente de Covid-19 da melhor forma na hora em que ele precisar de atendimento, por isso a medida”, finalizou.

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