DATA MAGNA

Por que 6 de março é feriado em Pernambuco? Saiba o que é a Data Magna

Apesar de breve, a República deixou um legado inestimável e inspira o povo pernambucano até os dias atuais

Painel criado em 1967 pelo artista Corbiniano Lins retrata a Revolução de 1817Painel criado em 1967 pelo artista Corbiniano Lins retrata a Revolução de 1817 - Foto: Henrique Genecy/Arquivo Alepe

Pernambuco celebra nesta quarta-feira (6) o feriado da Data Magna, em alusão ao estopim da Revolução Pernambucana de 1817, movimento que tornou o Estado uma nação independente durante 75 dias. Apesar de breve, a República deixou um legado inestimável e inspira o povo pernambucano até os dias atuais. O feriado foi instituído em 2017 pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Em 6 de março de 1817, chegou aos ouvidos do então governador, Caetano Pinto, denúncia de que uma rebelião estava prestes a eclodir. Reunido com o Conselho Militar da Capitania, formado por oficiais portugueses graduados, foi dada a ordem para prender os líderes revolucionários. Os primeiros detidos foram os comerciantes Domingos Martins e Antônio da Cruz Cabugá, além do padre João Ribeiro Montenegro.

Entretanto, quando chegou a vez dos militares, o quadro mudou. A faísca que faltava para acender a revolução surgiu no Forte das Cinco Pontas. Ao dar ordem de prisão aos rebeldes, o brigadeiro português Manoel Barbosa foi morto pelo capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, que, em seguida - após os oficiais portugueses fugirem do local -, uniu a tropa e libertou os aprisionados.

O extremismo do ato fez o movimento restrito a espaços secretos ganhar as ruas. O governador Caetano Pinto acabou fugindo do Palácio e se abrigou no Forte do Brum, de onde foi expulso. Começava então os 75 dias em que quatro estados nordestinos (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte) se juntaram em uma única nação chamada Pernambuco, 70 anos mais jovem que a brasileira.

A repressão à revolução pelas tropas de D. João VI foi extremamente violenta. Óleo sobre tela de Antonio Parreiras, século XX (Foto: Domínio Público)

A revolta persistiu por mais de dois meses, até as forças leais ao governo conseguirem derrotar os rebeldes. A repressão foi implacável, resultando na condenação à morte de muitos líderes, incluindo o Leão Coroado, Domingos José Martins, José Luís de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge, e os padres Miguelinho e Pedro de Sousa Tenório.

O governo português considerava crucial que a punição fosse exemplar, visando desencorajar futuros levantes. Após a execução, os réus tiveram suas mãos cortadas e cabeças decepadas. Os restos mortais foram então arrastados por cavalos até o cemitério. Em 1818, por ocasião da aclamação de D. João VI como rei, a investigação foi encerrada, as novas prisões suspensas, e os prisioneiros sem culpa formada foram libertados.

Como consequência da revolta, Pernambuco foi punido com a redução de seu território. A Comarca do Rio de São Francisco, inicialmente parte de Pernambuco, foi incorporada a Minas Gerais e posteriormente passou a fazer parte da Bahia.

Feriado
De acordo com a Alepe, a Lei nº 16.059, de 8 de junho de 2017 estabelece que o Poder Público realize, em todo dia 6 de março, hasteamento solene da bandeira de Pernambuco no Palácio do Governo e colocação de flores no Monumento aos Revolucionários, que fica na praça da República, no bairro de Santo Antônio, na área central do Recife.

A data ainda prevê a realização anual, em março, de Reunião Solene na Assembleia para entrega da Medalha do Mérito Democrático e Popular Frei Caneca.

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