Logo Folha de Pernambuco

China

Por que a China entrou numa sequência de deflação? E por que isso é um problema?

Preços ao consumidor no país recuaram 0,9% em dezembro, na terceira queda seguida, repetindo cenário não visto desde 2009

Bandeira da ChinaBandeira da China - Foto: Freepik/rawpixel.com

A China registrou a mais longa sequência de queda de preços ao consumidor desde 2009. Em dezembro, a deflação foi de 0,9%, informou o órgão oficial de estatística do país. Foi o terceiro mês seguido de queda no índice de preços.

Sinais de fraqueza na economia
A deflação na China veio acompanhada de outros indicadores que sinalizam uma maior fraqueza na economia. O risco é que a queda de preços dificulte ainda mais o crescimento econômico, o que teria efeitos no resto do mundo, já que a China é a segunda maior economia do planeta.

As exportações chinesas recuaram 4,6% em 2023, no primeiro declínio anual em sete anos, embora os dados de dezembro mostrem algum alívio, com alta de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

- A China precisa agir com ousadia para quebrar o ciclo deflacionário. Caso contrário, cairá numa espiral negativa - disse Raymond Yeung, economista-chefe para China no Australia & New Zealand Banking Group, acrescentando que as empresas têm reduzido seus preços de venda e trabalhadores migrantes têm aceito salários mais baixos.

Ações do banco central
Ele está entre os economistas que esperam cortes de juros para impulsionar a demanda interna e a confiança do consumidor, que permaneceu fraca durante o ano passado. A maioria dos analistas consultados pela Bloomberg prevê que na próxima segunda-feira o Banco Popular da China irá reduzir os juros de referência de um ano pela primeira vez desde agosto, além de injetar mais dinheiro no sistema financeiro.

A deflação persistente também reduz o valor das exportações chinesas e as torna mais baratas para os consumidores estrangeiros. Em outubro, o índice de preços de exportação atingiu o nível mais baixo já registrado em uma série de dados iniciada em 2006.

Os preços dos alimentos caíram 3,7%, menos do que a queda de 4,2% registada em novembro. O núcleo da inflação — que exclui alimentos e energia — foi de 0,6% em dezembro, inalterado em relação a novembro.

- Os dados não aliviam realmente as preocupações deflacionárias na China - afirmou Michelle Lam, economista para China do Société Générale, referindo-se aos preços ao consumidor e ao produtor.

Ela destacou que o valor dos imóveis também tem caído, o que pode reduzir os gastos das famílias e gerar mais pressão de queda de preços.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter