Portal sofre censura na China por questionar tratamento anticovid com remédio tradicional
Site está sendo acusado de "violar as leis e normas" informou a conta no Weibo do DXY, sem especificar a infração
O governo da China proibiu as publicações de um popular site de informações médicas que questionou a eficácia de um tratamento contra a Covid-19 baseado na medicina tradicional do país e promovido pelas autoridades, informou nesta quinta-feira (11) o portal.
O site DXY, que oferece vários serviços de saúde e tem como acionista o gigante digital chinês Tencent, questionou os benefícios terapêuticos do remédio, conhecido como Lianhua Qingwen, em um artigo que pouco depois foi apagado.
Mas agora o site está proibido de publicar em pelo menos cinco de suas redes sociais, acusado de "violar as leis e normas", informou a conta no Weibo do DXY, sem especificar a infração.
O Lianhua Qingwen é um líquido medicinal à base de sementes de madressilva e damasco que foi utilizado contra a Covid-19 durante o confinamento de Xangai entre o final de março e o início de junho.
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O presidente chinês Xi Jinping chamou em 2019 a medicina tradicional de "tesouro da civilização chinesa" e afirmou que deveria ter tanta influência como a medicina moderna.
As supostas virtudes da medicina tradicional são regularmente elogiadas pelo governo.
Vários países, incluindo Estados Unidos, expressaram dúvidas sobre a eficácia do Lianhua Qingwen para o tratamento da Covid-19, apontando a falta de evidências científicas.