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Porto Rico

Porto Rico reage ao estigma de "ilha de lixo" e anuncia nova reserva marinha

Anúncio foi feito durante a cúpula sobre biodiversidade COP16 da ONU na cidade colombiana de Cali

COP 16COP 16 - Foto: Joaquin Sarmiento / AFP

Recentemente comparado a uma "ilha flutuante de lixo" durante um comício republicano em Nova York, Porto Rico, um território dos Estados Unidos no Caribe, apresentou, nesta quarta-feira (30), uma nova reserva marinha para proteger manatis e outras espécies.

O anúncio, feito durante a cúpula sobre biodiversidade COP16 da ONU na cidade colombiana de Cali, ocorreu em meio à repercussão gerada pelas declarações de um comediante em um evento eleitoral de Donald Trump no domingo.

"Agora mesmo, há literalmente uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano. Acho que se chama Porto Rico", disse Tony Hinchcliffe.

"Felizmente, isso não poderia estar mais longe da realidade, e as comunidades locais do norte de Porto Rico estão provando isso", afirma em comunicado a ONG Greenhouse Communications, que celebra a criação de uma nova área marinha protegida que se estende por 202 km².

A área, chamada Jardins Submarinos de Vega Baja e Manatí, abrange recifes de coral, manguezais e pradarias marinhas que abrigam mais de 14 espécies ameaçadas, incluindo o peixe-boi do Grande Caribe, conhecido como Manati, segundo um comunicado da Wildlife Conservation Society (WCS) e outras organizações.

"A área também abriga uma pesca vibrante de pequena escala e uma indústria local de ecoturismo." As comunidades esperam que a iniciativa "permita que suas águas continuem sendo uma fonte de alimentos e renda para as famílias locais por gerações", detalhou a WCS.

A delimitação da área foi fruto de mais de 16 anos de ativismo das comunidades locais.

A COP16, que termina na sexta-feira, em Cali, pretende avançar no financiamento de 23 objetivos acordados no Canadá há dois anos para "interromper e reverter" a perda da natureza.

Um dos objetivos é que 30% das áreas marinhas e costeiras "sejam conservadas e geridas de forma eficaz" até 2030, por meio de iniciativas como as zonas marinhas protegidas.

De acordo com um relatório do Greenpeace da semana passada, as áreas marinhas protegidas cobrem apenas 8,4% do oceano mundial. Apenas 2,7% do oceano está totalmente ou altamente protegido.

Segundo o relatório, será necessário proteger, a cada ano até 2030, áreas marinhas equivalentes a 23,5 vezes o tamanho da França, para alcançar o objetivo de 30%.

Os Estados Unidos, país do qual Porto Rico é território, não estão entre os 196 signatários do convênio sobre biodiversidade.

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