Portugal luta para controlar grande incêndio em parque natural
"É o caos", declarou uma moradora de Orjais, perto do parque natural de Serra da Estrela, ao falar sobre o incêndio iniciado em 6 de agosto
Mais de 1.200 bombeiros lutavam nesta quarta-feira (17) contra o incêndio da Serra da Estrela (centro de Portugal), declarado controlado na semana passada mas que recomeçou, avivado pelo vento.
Os bombeiros, apoiados por 400 veículos, aguardam a a intervenção de meios aéreos para tentar "estabilizar o fogo" antes de sexta-feira (19), quando a meteorologia prevê um novo aumento da temperatura, explicou o comandante da Proteção Civil, André Fernandes.
Com 90% do perímetro controlado, os bombeiros trabalham agora para "consolidar" esse controle sobre toda a região, detalhou Fernandes.
O fogo deixou 24 feridos, três em estado grave, e 45 pessoas tiveram que ser retiradas da região de maneira preventiva, segundo o último balanço da Proteção Civil.
Este incêndio já é o maior deste verão boreal em Portugal, com 25.000 hectares queimados, mais de 10.000 desde a segunda-feira, de acordo com as primeiras estimativas das autoridades portuguesas.
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Na região de Calda da Rainha (centro), um bombeiro que trabalhava na extinção dos focos morreu de ataque cardíaco.
"É o caos", declarou uma moradora de Orjais, perto do parque natural de Serra da Estrela, ao falar sobre o incêndio iniciado em 6 de agosto.
"O fogo chegava por todos os lados", contou à AFP Fátima Cardoso, que viveu momentos de angústia nesta terça-feira, depois que as chamas se aproximaram perigosamente de sua residência.
Portugal, que sofre uma seca importante desde o início do ano, registrou em 2022 o mês de julho mais quente em um século.
Na Espanha, a onda de calor nas últimas semanas também favoreceu a propagação de incêndios.
Em Valência, no leste, o incêndio que afeta Bejis desde segunda-feira experimentou um rápido avanço, queimando 10.000 hectares e provocando a evacuação de 1.500 pessoas, segundo as autoridades regionais.