Portugal registra casos de hanseníase e afirma que contágio teve origem no Brasil
Autoridades do país europeu ressaltaram que doença é erradicada na região e que eventuais ocorrências são 'importadas' de outros locais
A Direção Geral de Saúde (DGS) de Portugal afirmou, nesta quinta-feira, que entre março e abril deste ano foram identificados dois casos de hanseníase no país — e que a origem é o Brasil. O órgão não divulgou, no entanto, o local em que os casos foram reportados.
Em resposta à imprensa portuguesa, a autoridade confirmou que eram “indivíduos originários do Brasil” e que “os casos foram relatados no contexto da suspeita clínica”. A Direção mencionou, ainda, “zonas endêmicas”, e disse que as pessoas já haviam iniciado o tratamento.
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Nesta quinta-feira, a Rádio e Televisão de Portugal, empresa pública do país europeu, constatou um caso de hanseníase no Porto. A pessoa teria contraído a infecção no Brasil há pelo menos um mês.
Na quarta, a Direção Geral de Saúde do arquipélago da Madeira, em Portugal, já havia confirmado um caso na região. Em nota, a equipe informou que tratava-se de uma mulher brasileira e que reside no local desde janeiro de 2022.
Serviços de saúde esclarecem que a doença “não se propaga facilmente, de modo que não implica isolamento”. Indicaram, ainda, que o “tratamento é eficaz e a profilaxia é apenas recomendada em casos de contatos muito próximos e prolongados”.
O Globo questionou a Administração Regional de Saúde do Norte e o Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge (INSA), que não retornaram até a publicação desta matéria. À imprensa local, a DGS destacou que, no Brasil, a doença “ainda é endêmica, com vários casos reportados anualmente”.
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“A doença é erradicada em Portugal e os casos reportados anualmente são sempre casos importados, numa média de dois a seis casos por ano. A DGS vai continuar a acompanhar a situação, não se verificando, até à data, alteração no perfil do número de casos importados”, diz a nota.
Hanseníase no Brasil
De acordo com o Ministério da Saúde, a cada ano são registrados cerca de 28 mil casos de hanseníase no Brasil. Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, a doença é transmissível e ataca a pele e os nervos, com sequelas potencialmente graves.
Uma vez que ela pode ficar incubada no organismo por até 20 anos, a demora no diagnóstico passa a ser um problema e faz com que o paciente continue infectando pessoas próximas. Entre os sintomas estão manchas brancas ou avermelhadas pelo corpo, sensação de dormência e perda da sensibilidade na pele.