América do Sul

Povos originários da Argentina protestam pelo direito à terra

O grupo reivindicou em frente à sede da Corte Suprema de Justiça a revogação da reforma da Constituição provincial

Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos AiresCasa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires - Foto: Luis Robayo / AFP

Centenas de representantes de comunidades originárias da província de Jujuy, no norte da Argentina, foram às ruas nesta terça-feira (1) em Buenos Aires em defesa do direito à terra e contra uma reforma da Constituição provincial, cuja aprovação em junho gerou graves distúrbios.

O grupo reivindicou em frente à sede da Corte Suprema de Justiça a revogação da reforma, que alegam ser inconstitucional e violar os direitos de posse das terras dos povos indígenas.

"Nosso antepassados nos ensinaram a cuidar e defender a terra e a água, porque é disso que vivem nossos animais e cultivos", disse à AFP Remisio Guzmán, de 71 anos, que veio da região de Atacama, em Puna Jujeña.

Os manifestantes executaram, na praça dos Tribunais, um ritual em homenagem à Mãe Terra, realizado a cada 1º de agosto no Dia da Pachamama, e pediram à Corte Suprema que se pronuncie sobre a constitucionalidade da reforma. Antes, marcharam pelas ruas do centro da capital.

"O governador [de Jujuy] Gerardo Morales não respeitou nosso direito de sermos consultados e avançou em uma reforma que ameaça nosso território e acesso à água", afirmou Guzmán.

Morales, da opositora aliança de direita Juntos por el Cambio, é pré-candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, nas primárias deste mês, para as eleições gerais de 22 de outubro.

A reforma proíbe expressamente bloqueios de ruas e estradas, o que os manifestantes denunciam como uma limitação ao direito de protesto. No entanto, ainda persistem piquetes em várias estradas de Jujuy.

"Os indígenas são maltratados, espancados, reprimidos. Somos menos que animais, a demanda pelas terras é ancestral e transcende os governos, nenhum deles resolve, são 500 anos e seguimos na mesma", declarou Teodosia Guanactolay, de 76 anos, nascida em Queta, Puna Jujeña.

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