Óleo

Praias de Fernando de Noronha têm mais de uma tonelada de fragmentos recolhidos

Apenas na segunda-feira (16), 300 quilos de lixo e vestígios de óleo foram coletados na Praia do Sueste

Foto: Divulgação/ ICMBio

Desde o último sábado (14), primeiro dia de coleta de lixo e vestígios de óleo encontrados em cinco praias do Arquipélago de Fernando de Noronha, cerca de uma tonelada e 237 quilos foram recolhidos, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio).

Nesta segunda-feira (16), foi realizado um mutirão na Praia do Sueste, especificamente no mangue, envolvendo seu interior, bordas, além da parte submersa, sendo recolhidos 300 quilos de fragmentos, em sua maioria, no interior do mangue.

Além da coleta no local, visitantes que estavam na Praia do Leão e Enseada do Abreu também realizaram o recolhimento de resíduos de forma esporádica.

Já a Marinha do Brasil informou que, até o domingo (15), 500 quilos de fragmentos tinham sido recolhidos, entre lixo, areia e vestígios de óleo. As amostras de óleo coletadas estão sendo analisadas pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM).

A ação conta com a participação da Administração Distrital de Fernando de Noronha, Marinha do Brasil, concessionária Econoronha, parceiros do ICMBio, além de voluntários diversos com recursos financeiros e humanos.

Monitoramento e coleta continuam

Nesta terça-feira (17), o mutirão de limpeza continua, e os voluntários podem se dirigir à Praia do Leão, às 8h, para colaborar com a coleta. Além disso, um grupo menor continua a limpeza na Praia do Sueste.

As demais praias seguem sendo monitoradas com coletas esporádicas para avaliação e planejamento por parte do ICMBio.

Entenda o caso

Nas redes sociais, grupos e movimentos em defesa do meio ambiente, como o Salve Maracaípe e o Instituto Bioma Brasil, divulgaram imagens de bolas pretas que chegavam do mar e que eram descritas como vestígios de petróleo, semelhantes aos que poluíram o litoral do Nordeste no segundo semestre de 2019.

No entanto, de acordo com a chefe do ICMBio, não é possível ainda precisar a natureza do material nem dizer se o óleo coletado agora é o mesmo tipo de substância derramada dois anos atrás.

“Tem que ser feita uma pesquisa, mas qualquer informação agora é 'chute'”, afirmou. “Quando se fala em bolas de petróleo, é mais o formato que ele [o material] chega, mas não dá para a gente saber mesmo de quanto tempo é ou de onde veio. Esse tipo de informação só com a análise em laboratório”.

Guaitanele disse que elas vieram com muito lixo. “Imagino que [o material] tenha vindo por meio de uma corrente marítima que seguiu essa rota em direção a Noronha e conseguiu chegar de forma concentrada”, comentou.

Ainda segundo ela, é comum encontrar resíduos plásticos vindos do mar na costa da ilha. “Em geral, eles não vêm associados a óleo, mas agora foi, de fato, uma concentração muito maior”, relatou.

Como consequência, a poluição das praias produzida pelo ser humano traz riscos à vida das espécies que habitam o local.

“O lixo é extremamente prejudicial à biodiversidade. É tão complexo que a coleta é feita com luvas e proteção porque é um material considerado perigoso. A atenção nossa é maior para o tipo de resíduo que está chegando”, concluiu a chefe do ICMBio de Fernando de Noronha.

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