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Economia

Preços de alimentos terão alta, diz ministra da Agricultura sobre impactos da Guerra

Tereza Cristina afirmou, contudo, que magnitude do impacto nos preços depende da evolução do conflito entre Rússia e Ucrânia

Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza CristinaMinistra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina - Foto: José Cruz/Agência Brasil

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quarta-feira (2) que o preço dos alimentos deverão ter uma alta, mas a magnitude depende do andamento do conflito entre Ucrânia e Rússia.

"O preço a gente acha que terá alta sim, quanto? A soja já subiu, já caiu um pouco, o milho já subiu, já caiu um pouco. Isso é uma commodity (produto basico com cotação internacional). A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos que poderão ter. Isso tudo depende, se a guerra acaba hoje ou amanhã, é um impacto, se continuar por muito tempo, é outro", apontou

Os preços dos alimentos estão subindo em todo o mundo, pois Ucrânia e Rússia são grandes fornecedores globais de grãos. Além disso, há o risco de escassez de fertilizantes pelo planeta, produto que também e forte na região. E, por último, ainda há o impacto do dólar, cuja cotaçao sobe em momentos de turbulências e incertezas. A ministra disse, contudo, que que é necessário achar alternativas para mitigar os possíveis efeitos da guerra e das sanções nos preços dos alimentos.

"A gente tem que diminuir esses impactos. É achar alternativas de ter fornecimento, abastecimento. O preço é o mercado, o trigo subiu nas alturas por quê? Porque a Ucrânia é um grande produtor de trigo, então influencia no mercado global", disse.

A ministra afirmou que a safra atual já está acontecendo, o que era necessário de fertilizante já chegou e o produtor rural já está plantando.  A Rússia é um dos principais exportadores de fertilizantes para o Brasil e a Bielorússia também é um ator importante no mercado e está sob sanções do governo americano desde o ano passado.

Segundo ela, a safra de verão, que tradicionalmente começa a ser colhida no fim de setembro, é uma preocupação, mas o setor privado já sinalizou que há um estoque de fertilizantes.

"Temos do setor privado a confirmação que temos um estoque de passagem de fertilizante num volume que é suficiente para chegar em outubro", afirmou.

Tereza Cristina ressaltou que ainda há muita incerteza no mercado de fertilizantes, mas que é preciso ter planos para todas as ocasiões. Ela apontou que há um plano A de busca por outros parceiros como o Chile, no caso do potássio, e países da região do Oriente Médio, como Catar e Arábia Saudita, que têm disponibilidade de nitrogenados como a ureia.

"Nós temos algumas alternativas para essa deficiência que a gente pode vir a ter, não estou dizendo que a gente terá. Esse é o plano caso a gente tenha que não receber fertilizantes", disse ao ressaltar também que a Rússia ainda não disse que deixará de exportar.

O plano B, ressalta a ministra, é um trabalho que a Embrapa deve desenvolver com os produtores para diminuir o uso de fertilizantes mantendo o patamar de produção.

"Existe uma série de tecnologias, menos fertilizantes, tudo isso vai ser colocado, temos que ter calma, equilíbrio, a agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, mas temos que dar alternativas e condições para continuar trabalhando", afirmou.

A ministra ainda ressaltou que o governo tem elaborado no último ano um Plano Nacional de Fertilizantes com o objetivo de diminuir a dependência brasileira da importação desses produtos.

De acordo com Tereza Cristina, o plano deve ser apresentado ainda neste mês com o objetivo de ter 50% ou 60% de produção própria. Segundo ela, o Brasil teria potássio, fósforo e poderia ser produtor de ureia e sulfato de amônia.

"Tínhamos que fazer uma política nacional para mudar a dependência das importações, nós não vamos ter auto suficientes,  mas mudar essa matriz", disse.

Para toda a safra, a ministra ressaltou que a pasta vem levantando qual a necessidade de fertilizantes, mas tem certeza que a safra vai acontecer.

"Se tivesse que acontecer hoje, já teria produto para isso e tem muita coisa embarcando", ressaltou.

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