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Prefeito de Petrópolis rebate críticas de secretário da Defesa Civil

Bombeiros dizem que sugeriram fechar seis pontos na cidade, mas Bontempo permitiu apenas dois

Temporal causou tragédia em PetrópolisTemporal causou tragédia em Petrópolis - Foto: Florian Plaucheur/AFP

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, rebateu, na tarde desta segunda-feira (21), a crítica do secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Leandro Monteiro, de que o chefe do Executivo da Cidade Imperial teria protelado desde a semana passada o fechamento de seis pontos de acesso ao município e impedir o acesso indiscriminado de pessoas na cidade.

Já Bomtempo disse que “a culpa do tumulto na cidade foi da Secretaria estadual de Assistência Social” que “fazia ações nas áreas quentes” dos deslizamentos durante as buscas às vítimas da tragédia da última terça-feira, que já deixou mais de 170 mortos. Bomtempo disse que foi ele quem pediu para restringir o acesso de pessoas próximas aos locais de buscas.

— Acredito que ele, na verdade, se esqueceu de dizer que, desde o primeiro momento, após a enchente, eu alertei o governo do estado sobre as ações da Secretaria estadual de Assistência Social no Alto da Serra, inclusive distribuindo benefícios e chamando a população (para ser cadastrada) no aluguel social. Aquilo ali estava gerando um tumulto muito grande e atrapalhando as buscas dos bombeiros. Eu alertei ao governo do estado — afirmou o prefeito.

Bomtempo completou: — E eles continuaram com o caos. Após uma conversa, o (secretário de Defesa Civil Leandro) Monteiro reconheceu e disse que realmente as ações sociais do estado estavam atrapalhando e eram preciso ser interrompidas. Quem foi o agente do caos foi a Secretaria estadual de Assistência Social. O secretário me disse que tinha chamado a atenção do colega e pediu para interromper as ações — disse Rubens Bomtempo.

O prefeito destacou que não teria como restringir os acessos do próprio governo do estado que estaria atrapalhando as buscas.

– Eu pedi para fazer o fechamentyo. Quando tudo se transformou em grande caos, aí sim ele perceberam que estavam errando e precisava de ter uma organização coordenada. Todo o trabalho que a (Secretaria estadual de) Ação Social fez foi a revelia do comando da Prefeitura. Eles sabem disso. Foram eles que levaram o caos para a zona quente. O estado está fazendo ações paralelas à da prefeitura – destacou o prefeito.

Bomtempo afirmou que foi sua gestão que decidiu “tomar medidas de retrições” na cidade. No entanto, ele não informou quais são essas medidas.

Na manhã desta segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa no Quartel do Corpo de Bombeiros de Petrópolis, o secretário da Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio, Leandro Monteiro, afirmou que chegou a pedir ao prefeito da Cidade Imperial, Rubens Bontempo, na semana passada, para fechar seis pontos de acesso ao município. No entanto, o chefe do executivo municipal não teria aceito. Apenas no domingo Bontempo colocou barreiras em dois pontos. Monteiro afirmou que expôs em reuniões a necessidade de evitar ao máximo o fluxo de trânsito na cidade. Apesar da dificuldade do plano ser implementado, o secretário diz não ser o momento de "politizar". No momento, mais de cem pessoas continuam desaparecidas.

O Globo procurou Secretaria estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e ainda não obteve retorno.

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