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Premier da Espanha abandona ideia de renúncia após esposa virar alvo da extrema direita

Pedro Sánchez fez pronunciamento nesta segunda-feira, após quase uma semana de uma outra declaração em que disse que iria refletir sobre seu futuro

Pedro Sánchez, primeiro-ministro da EspanhaPedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha - Foto: Reprodução/Instagram

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) que vai permanecer no cargo, depois de ameaçar um pedido de renúncia devido ao que denunciou como uma campanha de assédio pessoal e difamatória contra ele e sua família, incluindo acusações de corrupção contra sua esposa, Begoña Gómez, que foi arquivada na semana passada.

"Decidi continuar, continuar com ainda mais força, se possível" afirmou Sánchez em uma mensagem ao país no Palácio da Moncloa.

O anúncio acaba com o cenário de incerteza que começou na quarta-feira da semana passada, quando Sánchez disse que tiraria alguns dias para refletir sobre a renúncia, depois de criticar o "assédio" da direita e da extrema direita contra sua família, após a divulgação da abertura de uma investigação judicial contra sua esposa, Begoña Gómez, por suposta "corrupção".

"Assumo diante de vocês o meu compromisso de trabalhar sem descanso, com firmeza e com serenidade pela regeneração pendente da nossa democracia" acrescentou o líder socialista, que permaneceu em total silêncio nos últimos dias, sem revelar pistas sobre a sua decisão.

Madri e outras regiões da Espanha foram palco de manifestações em apoio do premier no fim de semana, que pareceram contribuir para a decisão final do socialista.

"[As manifestações] influenciaram decisivamente a minha reflexão" declarou Sánchez, enterrando a possibilidade de novas eleições, apenas um ano após as últimas legislativas.

Sánchez, de 52 anos, está à frente do governo espanhol desde 2018, com três mandatos distintos, depois de estabelecer alianças parlamentares com a extrema-esquerda ou com os nacionalistas catalães e bascos.

"Há apenas uma maneira de reverter esta situação, que a maioria social, como fez nestes cinco dias, se mobilize em uma aposta determinada pela dignidade e o bom senso"disse, em referência ao que considera uma degeneração do debate político.

Desta forma, seria possível impor um "freio à política da vergonha" que o premier disse que o país sofre há muito tempo.

"Isto não envolve o destino de um dirigente determinado, isso é o de menos, trata-se de decidir que tipo de sociedade queremos ser".

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