Premier de Israel promete "bombardear sem piedade" o Hezbollah em meio à incidentes em missão de paz
Pronunciamento de Benjamin Netanyahu ocorre um dia após do pior ataque do movimento libanês contra uma base militar israelense
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira que as forças do país vão continuar a "bombardear sem piedade" o movimento libanês Hezbollah, incluindo em Beirute, em meio à pressão internacional diante da escalada do conflito e das polêmicas ações no campo de batalha que resultaram em danos aos soldados internacionais da missão de paz da ONU no sul do Líbano.
— Quero ser claro: continuaremos a atacar impiedosamente o Hezbollah em todas as partes do Líbano, incluindo Beirute — disse Netanyahu durante uma visita à base militar onde quatro soldados israelenses foram mortos no domingo.
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O ataque no dia anterior é considerado até aqui o pior lançado pelo Hezbollah, que confirmou ter disparado drones contra a base militar em Binyamina, a sudeste de Haifa, contra o território israelense.
Além dos quatro militares mortos durante a detonação, cerca de 60 ficaram feridos, de acordo com as autoridades israelenses.
Sirenes de alerta voltaram a soar no norte do país nesta segunda-feira. O movimento libanês afirmou ter disparado uma salva de foguetes contra a cidade de Safed, um alvo recorrente dos ataques aéreos contra Israel.
O grupo xiita também anunciou bombardeios contra uma base naval perto de Haifa e um quartel perto de Netanya, cidade no litoral norte de Tel Aviv.
Combates terrestres também foram confirmados por fontes ligadas aos dois lados do conflito, com o Hezbollah mencionando especificamente "violentos combates" na cidade de Aita al-Shaab, perto da fronteira.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta segunda-feira ao chefe do Pentágono, Lloyd Austin, que o Estado judeu prepara um ataque para responder com contundência a ofensiva do Hezbollah. Ao longo do dia, um bombardeio em profundidade no Líbano matou 18 pessoas em Aito, uma comunidade de maioria cristã.
Ao todo, Israel afirmou ter atingido mais de 200 alvos ligados ao grupo xiita.
O acirramento da retórica do líder israelense diante dos ataques do Hezbollah, acompanha também a escalada de pressão da comunidade internacional para que Israel aceite negociar um cessar-fogo que evite uma conflagração regional e que suas ações ofensivas não ameacem a segurança de tropas da ONU em missão de paz no Líbano (a Unifil, na sigla em inglês), que relatou ter tido cinco soldados feridos nos últimos dias.
Após as críticas que se acumularam por parte de governos estrangeiros e organismos internacionais no fim da semana passada após os incidentes envolvendo os soldados da Unifil, Netanyahu fez um pronunciamento no domingo em que apelou para que a ONU retirasse seus soldados do sul do Líbano, afirmando que eles teriam se transformado em reféns do Hezbollah.
— Senhor secretário-Geral, tire as forças da Unifil do caminho do perigo. Isso deve ser feito agora mesmo, imediatamente — disse Netanyahu em uma declaração em vídeo divulgada por seu Gabinete.
— Sua recusa em retirar os soldados da Unifil os torna reféns do Hezbollah. Isso coloca em risco tanto eles quanto a vida de nossos soldados. Lamentamos os danos causados aos soldados da Unifil e estamos fazendo todo o possível para evitar tais danos. Mas a maneira mais simples e óbvia de garantir isso é simplesmente retirá-los da zona de perigo.
A mensagem do premier não repercutiu bem no Ocidente, com líderes europeus, incluindo Pedro Sánchez, líder espanhol cujo governo está a frente da missão no Líbano neste momento, recusando a retirada das tropas do país — onde cumprem uma determinação do Conselho de Segurança da ONU. (Com AFP)