Logo Folha de Pernambuco
Hungria

Premier húngaro apoia Trump em corte de ajuda internacional

Além de críticas à agência de auxílio externo dos EUA, primeiro-ministro Viktor Órban também sugere que a Hungria pode deixar de ser signatária do Tribunal Penal Internacional (TPI), que sofreu sanções do presidente americano

O premier húngaro, Viktor Orban O premier húngaro, Viktor Orban  - Foto: AFP

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, comunicou o apoio às ações do presidente americano, Donald Trump, de congelar ajuda internacional realizada principalmente pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), e sugeriu que a Hungria poderia sair do Tribunal Penal Internacional que teve sanções impostas recentemente pelos Estados Unidos. As declarações foram dadas na rede X, nesta sexta-feira.

"Então, aparentemente, a USAID financiou o ultraprogressista Politico em Bruxelas e basicamente toda a mídia de esquerda na Hungria sob a administração anterior dos EUA. E eles me chamaram de'disruptor do ano'. Acredito que o mundo tem uma dívida de gratidão com o Presidente Donald Trump por descobrir e pôr fim a essa conspiração obscura", escreve Órban.

Mesmo sem comprovar o seu posicionamento, o premier da Hungria criticou o uso político da Usaid, para supostamente bancar "ultraprogressistas".

"O coelho saiu da cartola! Tivemos que suportar por anos que os ultraprogressistas, autoproclamados campeões dos direitos humanos da grande mídia demonizaram as forças políticas patrióticas por anos. Eles fizeram isso porque foram pagos para isso pela USAID e pela administração anterior de esquerda dos EUA. Concordo com o presidente Donald Trump : isso é muito grande e muito sujo para se esconder", ressaltou Órban.

Além das críticas à Usaid, Órban também ventilou uma possível saída da Hungria do Tribunal Penal Internacional (TPI), que sofreu sanções de Trump centradas em funcionários ligados a processos da Corte envolvendo cidadãos americanos “ou de países aliados”, nesta quinta-feira.

"É hora de a Hungria rever o que estamos fazendo em uma organização internacional que está sob sanções dos EUA! Novos ventos estão soprando na política internacional. Nós chamamos isso de Trump-tornado", escreve o premier húngaro.

Apoio mútuo contra o TPI
O TPI foi fundado com a adesão de 123 países ao Estatuto de Roma. Hungria, assim como Brasil, é um dos signatários. Entretanto, Estados Unidos e Israel não fazem parte do tratado.

A medida do presidente republicano era esperada desde a posse, e foi confirmada dois dias depois de uma reunião de Trump com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, alvo de uma ordem de prisão emitida no último ano pelo TPI e relacionada à guerra em Gaza.

“O TPI, sem uma base legítima, afirmou jurisdição e abriu investigações preliminares sobre pessoal dos Estados Unidos e alguns de seus aliados, incluindo Israel, e abusou ainda mais de seu poder ao emitir mandados de prisão infundados visando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant”, diz o decreto.

Trump afirma que o tribunal “não tem jurisdição sobre os Estados Unidos ou Israel, pois nenhum dos países é parte do Estatuto de Roma (que rege o TPI) ou membro do TPI”, que “nenhum dos países jamais reconheceu a jurisdição do TPI, e ambas as nações são democracias prósperas com militares que aderem estritamente às leis da guerra”.

O decreto tem como alvo “indivíduos e seus familiares que ajudaram o TPI em investigações sobre cidadãos americanos ou aliados”, abrindo caminho para o congelamento de contas bancárias em instituições nos EUA, além do bloqueio e revogação de vistos de permanência no país. Doações às pessoas afetadas pelo decreto também estão vetadas.

Assim como o governo americano, a Hungria também discordou do Tribunal. Dias após o TPI emitir mandados de prisão para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a Humanidade, Órban anunciou que convidaria Netanyahu, para protestar contra a ordem de prisão.

Veja também

Newsletter