Preparativos finais para o despejo de água da usina de Fukushima no mar
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) validou e supervisionará o plano japonês, que pretende despejar em três décadas mais de 1,3 milhão de metros cúbicos de água da usina
A Tokyo Electric Power (TEPCO), operadora da usina nuclear de Fukushima-Daiichi (nordeste do Japão), informou nesta quarta-feira (23) que já estão nos preparativos finais para despejar no oceano a água residual da central.
A TEPCO explicou em um comunicado que transferiu um metro cúbico da água filtrada para remover as substâncias radioativas, exceto o trítio, e que diluiu esta quantidade em 1.200 metros cúbicos de água do mar.
A concentração de trítio da mostra será medida para confirmar que está por abaixo do nível previsto de radioatividade de 1.500 becquerels (Bq) por litro, o valor máximo estabelecido para o despejo no Oceano Pacífico, segundo a TEPCO.
Este nível é 40 vezes inferior às normas japonesas e internacionais (60 mil Bq/litro) e sete vezes menor que o máximo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para água potável (10 ,il Bq/litro).
Leia também
• Despejo da água de Fukushima no mar: seguro ou preocupante?
• Japão iniciará despejo de água da usina nuclear de Fukushima na quinta-feira (24)
Os especialistas afirmam que apenas doses altamente concentradas de trítio são perigosas para a saúde.
O Japão pretende despejar em três décadas mais de 1,3 milhão de metros cúbicos de água da usina de Fukushima procedentes das águas pluviais e subterrâneas, e das injeções necessárias para resfriar os núcleos dos reatores que entraram em colapso após o tsunami de março de 2011 , que devastou a costa nordeste do país.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) validou e supervisionará o plano japonês, mas não tranquilizou a China, que desde julho se aplica restrições às internacionais de produtos do Japão. Na terça-feira, Hong Kong anunciou restrições semelhantes.
Tóquio destacou que o nível de radioatividade dos gastos das usinas chinesas é muito superior ao previsto em Fukushima. Os analistas afirmam que a posição de Pequim está vinculada às relações tensas entre os dois países.