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Argentina

Presidente argentino acusa Supremo de manipular eleições nas províncias

Caso aconteceu depois que o tribunal suspendeu as eleições em duas províncias onde se projetava a vitória da situação

O tribunal suspendeu as eleições nas províncias de Tucuman e San Juan, no noroeste, alegando a "inconstitucionalidade" dos candidatos governistas, a pedido dos partidos locais de oposição.O tribunal suspendeu as eleições nas províncias de Tucuman e San Juan, no noroeste, alegando a "inconstitucionalidade" dos candidatos governistas, a pedido dos partidos locais de oposição. - Foto: Esteban Collazo/Argentinian Presidency/AFP

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, acusou, nesta quarta-feira (10), a Suprema Corte do país de manipular os prazos eleitorais, depois que o tribunal suspendeu as eleições em duas províncias onde se projetava a vitória da situação, em uma escalada do conflito entre os poderes Executivo e Judiciário.

"A Corte Suprema da Argentina demonstrou mais uma vez que é capaz de adequar suas decisões às necessidades políticas da oposição e, assim, mais uma vez, deixou em evidência o seu caráter antidemocrático", disse Fernández em rede nacional.

Na terça-feira, o Supremo argentino decidiu a favor de uma medida cautelar apresentada por partidos locais vinculados ao opositor Juntos pela Mudança (JxC, direita e social-democratas), opondo-se aos candidatos a governador e vice nas províncias de San Juan (oeste) e Tucumán (norte) porque eles haviam exercido os cargos em outros mandatos.

Esta decisão, que teve alto impacto político, foi tomada a cinco dias das eleições, que deveriam ser realizadas no domingo em um ano que também terá presidenciais em 23 de outubro.

A decisão foi informada no mesmo dia em que se realizava no Congresso uma nova audiência no processo de julgamento político dos quatro juízes da corte, impulsionado pelo governo e no qual o ex-chefe administrativo do tribunal evocou supostos atos de corrupção, combinação de sentenças e desvios de recursos públicos.

Fernández anunciou que a suspensão das eleições "se somará às ações de julgamento político" contra a corte.

O conflito entre poderes também ocorre em um momento em que estão em andamento julgamentos por suspeita de corrupção contra dirigentes da situação peronista, entre eles a ex-presidente (2007-2015) e hoje vice-presidente Cristina Kirchner.

Segundo Fernández, os membros da Corte "se tornaram o braço operacional da oposição e dos grupos concentrados de poder econômico e midiático" e os acusou de responder ao ex-presidente e líder do Juntos pela Mudança (JxC), Mauricio Macri.

A dirigente e pré-candidata à Presidência desta coalizão, Patricia Bullrich, chegou a comemorar a decisão do Supremo em um tuíte: "freamos as reeleições deles", escreveu.

Tanto Macri quanto Bullrich tinham definido as províncias de San Juan e Tucumán como "redutos" do peronismo no poder.

O governo impulsionou uma reforma do Judiciário por meio de leis que ainda devem ser analisadas no Congresso e que incluem a ampliação da Corte, que atualmente tem quatro juízes depois que uma magistrada, já aposentada, não foi substituída.

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