Alerta

Presidente da China alerta autoridades para se prepararam para "piores cenários" na segurança

Uma das prioridades do presidente chinês, Xi pediu que os esforços contra ameaças internas e externas fossem intensificados

Xi Jinping, presidente da ChinaXi Jinping, presidente da China - Foto: THOMAS PETER / POOL / AFP

O presidente da China, Xi Jinping, alertou as autoridades responsáveis pela segurança nacional do país para se prepararem para os "piores cenários" e intensificarem os esforços contra ameaças internas e externas.

O pedido, que ocorreu durante uma reunião da Comissão de Segurança Nacional do Partido Comunista, acontece em meio ao acirramento das tensões com a ilha autônoma de Taiwan e à crescente "guerra fria" com os Estados Unidos.

— A complexidade e a dificuldade das questões de segurança nacional que enfrentamos agora aumentaram significativamente — disse Xi na terça-feira, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. — Devemos aderir à mentalidade de fim da linha e ao pior cenário possível, e nos prepararmos para passar pelos principais testes de ventos fortes e ondas agitadas, e até mesmo por mares perigosos e tempestuosos — acrescentou.

O presidente chinês classificou a situação do país como "complexa e grave", enfatizando a necessidade de acelerar a modernização das tropas de segurança nacional e torná-las mais eficazes para o "combate real e uso prático".

Segundo a agência Xinhua, Xi também cobrou avanços na construção de um sistema de monitoramento de risco à segurança nacional com alertas antecipados, além de aprimoramentos na comunicação pública em relação à segurança e melhoras no gerenciamento de dados e inteligência artificial.

A segurança nacional é uma das principais preocupações de Xi Jinping desde que assumiu o poder, em 2013. Sob o seu comando, o tema passou a atravessar outras áreas importantes da governança do país, como política, economia, defesa, cultura, ecologia, alcançando até o universo digital.

A partir desta visão, a China introduziu uma série de leis contra o que considera ameaças à segurança nacional, que vão desde legislações de combate ao terrorismo e à espionagem até cybersegurança. A mais recente ampliou o escopo da lei anti-espionagem para classificar quaisquer "documentos, dados, materiais ou itens relacionados à segurança e aos interesses nacionais" como segredo de Estado.

Em Hong Kong, a lei de segurança nacional já foi usada para reprimir a oposição durante protestos maciços pró-democracia. Em março, as autoridades chinesas detiveram um funcionário japonês de uma empresa sediada em Pequim por suspeita de espionagem.

No âmbito geopolítico, o discurso de Xi acende um alerta a Taiwan, ilha autônoma aliada dos EUA que Pequim considera parte do território chinês. Em abril, a China intensificou os exercícios militares na região, incluindo simulações de ataques aéreos e de um "cerco total".

Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, 12 navios de guerra e 91 aeronaves chineses foram detectados ao redor da ilha no mês passado. Além disso, 54 aviões entraram na zona de identificação da sua defesa aérea, na maior incursão em apenas um dia desde outubro de 2021.

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