Presidente da Guatemala visitará Taiwan em meio a tensões com a China
A presidente taiwanesa fez, no início de abril, uma visita a Guatemala e Belize, os únicos países centro-americanos que agora possuem laços diplomáticos com a ilha
O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciou, nesta terça (18), que vai viajar, no próximo sábado em visita oficial a Taiwan para ratificar seu apoio à ilha, em meio a tensões devido aos exercícios militares da China.
"Vou a Taiwan no sábado, dia 22", basicamente é uma visita de dois dias e meio em terra e três dias e meio entre aeroportos e aviões, mas acreditamos que [será] muito positiva", disse Giammattei em uma cerimônia.
A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, fez, no início de abril, uma visita a Guatemala e Belize, os únicos países centro-americanos que agora possuem laços diplomáticos com a ilha, após a ruptura de Honduras, que se vinculou à China em 26 de março.
Em sua viagem de volta a Taiwan, a mandatária se reuniu, em Los Angeles, com o presidente da Câmara dos Representantes americana, Kevin McCarthy, o que despertou a ira de Pequim.
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Após esse encontro, a China mobilizou, em 6 de abril, aviões e navios de guerra em águas próximas a Taiwan em manobras que terminaram três dias depois, sem dissipar as tensões.
"Estamos por assinar e estamos definindo um convênio [...] com Taiwan para poder ter mais acesso a produtos guatemaltecos [...], sobretudo agora que a cota do açúcar, do café e outras cotas que antes vinham de Honduras, agora foram repassadas para a Guatemala", indicou Giammattei.
Ele antecipou que Taipé proporcionará à Guatemala "um fundo para enfrentar os desastres naturais" e que ele visitará " as maiores empresas sino-taiwanesas que estão interessadas em vir [se instalar] na Guatemala".
Também indicou que Taiwan doará 1,5 milhão de dólares (R$ 7,4 milhões) para o sistema de ar condicionado do aeroporto da capital guatemalteca.
Após a ruptura das relações com Honduras, apenas 13 países do mundo reconhecem Taiwan.
Sob o princípio de "Uma só China", Pequim não permite que nenhum país tenha laços diplomáticos com chineses e taiwaneses ao mesmo tempo.
A China considera a ilha de governo democrático e autônomo uma província rebelde que faz parte de seu território, a qual espera recuperar um dia sem descartar, inclusive, o uso da força.