Presidente da Suprema Corte dos EUA se nega a depor sobre temas éticos
Thomas e sua esposa, Ginni, receberam presentes luxuosos e tiveram férias pagas pelo bilionário Harlan Crow
O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, se recusa a testemunhar no Congresso sobre uma série de questões éticas, incluindo presentes de luxo que o juiz Clarence Thomas teria recebido.
Thomas e sua esposa, Ginni, receberam presentes luxuosos e tiveram férias pagas pelo bilionário Harlan Crow, como uma viagem em jato particular para a Indonésia, de acordo com o portal independente ProPublica.
Roberts, convidado a depor em 2 de maio no Senado, invocou "preocupações com a separação dos poderes e a importância de preservar a independência da Justiça" em uma carta dirigida ao Comitê Judicial do Senado.
Ele incluiu uma cópia das diretrizes éticas do tribunal e uma declaração assinada pelos nove juízes que compõem a corte, na qual "reiteram os princípios e práticas éticas fundamentais".
A recusa de Roberts ocorre depois que a revista Politico divulgou que o juiz Neil Gorsuch, confirmado no mais alto tribunal americano em 2017, vendeu uma grande propriedade rural no Colorado para o diretor da Greenberg Traurig, uma importante firma de advocacia que geralmente lida com casos perante o tribunal.
Leia também
• Causas e consequências da guerra de semicondutores entre China e EUA
• Líder de republicanos da Irlanda do Norte irá à coroação do rei Charles III
• Reino Unido bloqueia fusão entre Activision e Microsoft
Gorsuch tentou vender a propriedade sem sucesso por dois anos antes de integrar a Suprema Corte e não revelou a identidade do comprador em suas informações pessoais, de acordo com a Politico.
Em 20 de abril, o presidente do Comitê Judicial do Senado, Dick Durbin, pediu a Roberts que comparecesse em 2 de maio para abordar questões éticas no tribunal.
Desde a última vez que os magistrados depuseram no Congresso em 2011, também sobre questões éticas, "houve um fluxo constante de revelações sobre juízes que não cumprem os padrões éticos esperados", escreveu Durbin.