Presidente da Ucrânia discursará para líderes mundiais na Conferência de Segurança de Munique
Mais de 150 representantes governamentais se reunirão para o encontro anual sobre questões de segurança internacional
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, discursará nesta sexta-feira (17) na Conferência de Segurança de Munique para os líderes mundiais, que aproveitarão o evento para reafirmar o apoio a Kiev, quase um ano após o início da invasão russa.
O aumento das tensões entre China e Estados Unidos também será um dos temas centrais do encontro, após a derrubada de um balão chinês que sobrevoava o território americano.
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"Há um ano, Zelensky fez um discurso muito forte de advertência nesta conferência", afirmou o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, antes de informar que este ano a fala acontecerá por videoconferência.
Neste contexto, "a prioridade é acelerar o já prometido fornecimento de armas e munições à Ucrânia", disse Kuleba, que também insistiu na aprovação de decisões políticas para a entrega de caças.
No momento, as potências ocidentais relutam em fornecer aviões de combate pelo temor de uma escalada do conflito por parte da Rússia.
O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, disse esperar que outros países se comprometam, como já fizeram Alemanha, Polônia, ou Canadá, a enviar para Kiev tanques pesados como os modelos Leopard.
"As discussões continuam", afirmou.
Mais de 150 representantes governamentais se reunirão para o encontro anual sobre questões de segurança internacional.
O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, estarão presentes na abertura do evento.
Também participarão o chefe da diplomacia da China, Wang Yi; a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris; o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que deixará o cargo no final do ano.
Nenhum funcionário do governo russo foi convidado.
Novo pacote de sanções
Analistas esperam que os líderes ocidentais reafirmem o compromisso de apoiar a Ucrânia, tanto financeira como militarmente, durante o tempo necessário para responder à agressão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
O conflito permanece complexo no leste do país, em particular em Bakhmut, e não há perspectivas de fim em breve.
Após um ano de combates que provocaram dezenas de milhares de mortes, a Otan teme uma nova ofensiva russa.
"Precisamos estar preparados para um longo caminho. Isto pode durar muitos, muitos anos", alertou Stoltenberg em uma entrevista à AFP na quinta-feira (16).
Os principais países ocidentais apoiam a Ucrânia com o fornecimento de armas e sanções econômicas contra a Rússia.
Washington e seus aliados estão preparando "um novo grande pacote de sanções" para 24 de fevereiro, afirmou a secretária de Estado adjunta, Victoria Nuland, na quinta-feira.
As sanções devem mirar em indivíduos, aumentar as restrições bancárias e também afetarão terceiros países que permitem que a Rússia evite as medidas punitivas, explicou Nuland.
Os chefes da diplomacia do G7 têm uma reunião programada para sábado à margem da Conferência de Munique.
As sanções drásticas em vigor contra a Rússia desde o início da invasão da Ucrânia afetam a cúpula do Estado russo, assim como sua indústria, seus bancos e o setor de petróleo.
Tensões com a China
Agravadas pelo voo de um balão chinês sobre o território americano, as tensões entre Estados Unidos e China também podem ser discutidas na conferência.
A China afirma que o balão era de uso civil e acusou o governo dos Estados Unidos de enviar balões sobre seu território. O incidente levou Blinken a adiar uma visita a Pequim.
Os países europeus, em particular Alemanha e França, ainda esperam convencer a China, aliada da Rússia, a pressionar o presidente Vladimir Putin a encerrar a guerra.
Em novembro, o chanceler Olaf Scholz viajou para Pequim, onde se reuniu com o presidente Xi Jinping. E a França confirmou na quinta-feira que uma visita de Emmanuel Macron à China está sendo preparada para o primeiro semestre do ano.