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Internacional

Presidente da Ucrânia pede que se evite o 'pânico' enquanto Putin e Macron defendem desescalada

Delação veio logo após conversa telefônica ente os presidentes da França e da Rússia

Presidente da Ucrânia, Volodimir ZelenskyPresidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky - Foto: AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta sexta-feira (28) aos países ocidentais que evitem fomentar o "pânico" sobre as tensões com a Rússia, acusada de preparar uma invasão à Ucrânia, e minimizou os riscos de ataque.

A declaração veio logo após o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, concordarem, durante uma conversa telefônica, sobre "a necessidade de uma desescalada", segundo a Presidência francesa.

Mais de 100.000 soldados russos estão concentrados na fronteira com a Ucrânia e os Estados Unidos veem nesta presença um indício de que a invasão da ex-república soviética poderia ser iminente.

"A probabilidade de ataque existe, não desapareceu e não foi menos grave em 2021", mas "não vemos nenhuma escalada maior do que já existia" no ano passado, enfatizou Zelensky durante uma coletiva com a imprensa estrangeira em Kiev. 

"Não precisamos desse pânico", reforçou, pedindo ainda à Rússia que faça um gesto por uma "desescalada".

"O maior risco para a Ucrânia" é "a desestabilização da situação interna", e não a ameaça de uma invasão russa, insistiu Zelensky. 

A Rússia sempre negou ter planos de invasão, mas se considera ameaçada pela expansão da Otan para o leste nos últimos vinte anos e pelo apoio ocidental à Ucrânia. 

Por esse motivo, Moscou condicionou a desescalada à interrupção da política expansionista da Aliança e o retorno às posições de 1997. 

Os Estados Unidos e a Otan rejeitaram as principais demandas russas na quarta-feira. 

"As respostas dos Estados Unidos e da Otan não levaram em conta as preocupações fundamentais da Rússia", disse o Kremlin em comunicado, no qual mencionou parte da conversa entre Putin e Macron. 

"A questão-chave foi ignorada, ou seja, como os Estados Unidos e seus aliados planejam [...] implementar o princípio de que ninguém deve fortalecer sua segurança em detrimento de outros países", acrescentou a Presidência russa.

Necessidade de desescalada
Os presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram nesta sexta-feira (28) sobre a "necessidade de desescalada" e a continuidade do "diálogo" para resolver a crise relacionada à Ucrânia, informou o Palácio do Eliseu.

"O presidente Putin não expressou nenhuma intenção ofensiva", destacou a Presidência francesa.

Tanto a Europa quanto os Estados Unidos ameaçaram aplicar duras sanções contra a Rússia se ela decidir invadir a Ucrânia. 

Sobre a mesa estariam o estratégico gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, e o bloqueio do acesso russo às transações em dólar. 

Nesta sexta-feira (28), Washington e a União Europeia disseram em comunicado conjunto que estão trabalhando no fornecimento de "volumes adicionais de gás natural" à Europa para eventuais consequências de uma "nova invasão russa da Ucrânia". 

Além disso, os Estados Unidos exigiram que o Conselho de Segurança da ONU realize uma reunião na segunda-feira devido à "clara ameaça" que, segundo Washington, Moscou representa à "paz e segurança internacionais". 

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, destacou pela manhã: "Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas não vamos permitir que nossos interesses sejam ultrajados e ignorados".

Moscou havia alertado que, se seus pedidos não fossem atendidos, responderia com força, mas não especificou como. 

À noite, a diplomacia russa anunciou que estava proibindo a entrada no país de funcionários das forças de segurança e órgãos legislativos e executivos de alguns países da União Europeia que são "pessoalmente responsáveis pela propagação da política antirrussa". 

Alguns deputados russos propuseram que o país reconheça a independência dos territórios separatistas pró-Rússia na Ucrânia e os armem. 

O Kremlin é visto como um instigador do conflito no leste da Ucrânia, desencadeado em 2014, em seguida da anexação da Crimeia pela Rússia, após uma revolução pró-ocidental em Kiev.

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