Presidente de Guatemala diz que não participará de Cúpula das Américas
Os presidente do México e da Bolívia condicionaram suas presenças à não exclusão de outros países
O presidente de Guatemala, Alejandro Giammattei, anunciou nesta terça-feira (17) que não comparecerá à Cúpula das Américas que será realizada em Los Angeles em junho, enquanto os presidentes de México e Bolívia condicionaram sua presença à não exclusão de outros países.
Os Estados Unidos, anfitriões do encontro, criticaram nesta terça-feira a designação da procuradora-geral da Guatemala, Consuelo Porras, por mais quatro anos, mesmo depois que o Departamento de Estado a incluiu em uma lista de "agentes corruptos".
Os comentários do Departamento de Estado não foram bem recebidos por Giammattei. "Não vão me convidar para a cúpula. De todos as maneiras, eu mandei dizer que não vou", afirmou o governante.
"Eu disse e repito ao embaixador dessa nação [EUA], que este país [Guatemala] podia ser deste tamanho [pequeno], mas que, enquanto eu fosse presidente, este país e sua soberania deveriam ser respeitados", afirmou o presidente guatemalteco durante uma atividade da embaixada do México em seu país.
Para o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante a gestão de Consuelo houve um "padrão de obstrução" a investigações de corrupção.
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"Porras obstruiu e solapou reiteradamente as investigações anticorrupção na Guatemala para proteger seus aliados políticos e obter favores políticos indevidos", disse Blinken na segunda-feira.
Washington advertiu que o respeito à democracia é "condição" para participar do encontro. Os presidentes de México, Andrés Manuel López Obrador, e Bolívia, Luis Arce, já anunciaram que só participarão da cúpula se não houver a exclusão de algum país.
Segundo o Departamento de Estado americano, Cuba, Nicarágua e Venezuela "não respeitam" a Carta Democrática Interamericana - o documento regional de defesa da institucionalidade vigente desde setembro de 2001 - "e, por isso", espera que esses países não estejam presentes na próxima cúpula hemisférica que será realizada entre os dias 6 e 10 de junho em Los Angeles.
Diante desse cenário, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, pediu que nenhum país fosse excluído, enquanto a chanceler chilena, Antonia Urrejola, pediu que uma cúpula "o mais ampla possível", ao lembrar que a exclusão de países como Venezuela, Nicarágua e Cuba "não traz resultados".
Por sua vez, as autoridades americanas afirmaram que os convites formais ainda não foram enviados.