Presidente de Portugal pede perdão por declarações polêmicas sobre a pedofilia na Igreja
Chefe do executivo declarou que número de vítimas não lhe parecia "particularmente elevado"
O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa pediu perdão nesta quinta-feira (13) às vítimas de pedofilia na Igreja Católica, por ter afirmado na terça que o número de vítimas não lhe parecia "particularmente elevado".
"Nunca foi minha intenção ofender as vítimas, mas se algumas se sentiram ofendidas, peço perdão, porque não era meu objetivo", declarou à imprensa o chefe de Estado de 73 anos, conservador e católico devoto.
Na terça-feira, uma comissão independente encarregada de investigar a pedofilia na Igreja apresentou um número provisório dos depoimentos coletados e validados de 424 vítimas.
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A primeira reação do presidente causou alvoroço, o que levou Rebelo de Sousa a explicar que não quis subestimar o número de testemunhos, mas sim manifestar "o receio de que inúmeras vítimas, por medo, não tenham dado o seu testemunho".
De acordo com a comissão independente, que deve entregar seu relatório final no final de janeiro, as testemunhas muitas vezes aludiram à existência de outras vítimas não declaradas. A comissão calcula que, no final, o número total de vítimas será "muito maior" do que os poucos depoimentos coletados.
O presidente da comissão, Pedro Strecht, acrescentou que o número total de agressores seria de várias "centenas".