Presidente de Taiwan denuncia em Belize as constantes "ameaças" da China
A presidente lamentou que Taiwan "continue sendo excluído de participar de organizações internacionais e de servir como membro produtivo da comunidade internacional"
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, denunciou, nesta segunda-feira (3), as constantes "ameaças" da China, ao discursar perante a Assembleia Nacional de Belize, última escala de um giro pela América Central para reforçar alianças.
Tsai disse que a ilha enfrenta "constantes ameaças e pressões do vizinho do outro lado do Estreito de Taiwan", devido às relações de Taipé com as "democracias ao redor do mundo terem crescido fortemente nos últimos anos".
A presidente lamentou que Taiwan "continue sendo excluído de participar de organizações internacionais e de servir como membro produtivo da comunidade internacional" por causa da oposição da China, e afirmou que Belize é o principal "advogado" contra a exclusão da ilha.
"Belize ajudou a dar voz aos 23 milhões de habitantes de Taiwan", declarou.
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O giro de Tsai, que antes visitou a Guatemala, acontece uma semana após Honduras romper com Taiwan e estabelecer vínculos diplomáticos com a China.
Após a ruptura, somente 13 países reconhecem Taiwan. Sob o princípio de "Uma só China", Pequim não permite que nenhum outro país tenha laços diplomáticos com Taiwan e China ao mesmo tempo.
Após o discurso de Tsai, o primeiro-ministro de Belize, John Briceño, entregou a ela uma pasta contendo uma resolução aprovada pela Assembleia Nacional em apoio à inclusão de Taiwan na comunidade internacional.
"Este é um dia histórico, porque você, senhora presidente, atravessou oceanos para vir ao nosso lar para celebrar esses valores [democráticos], fortalecer nossa colaboração e reafirmar nosso compromisso com a prosperidade de nossos povos", disse Briceño.
Na Guatemala, Tsai prometeu no domingo que "Taiwan continuará ajudando no desenvolvimento substancial e sustentado de seus aliados diplomáticos".
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, afirmou nesta segunda-feira que se reunirá com Tsai no estado da Califórnia nesta quarta, um encontro que a China considera como uma provocação.
A China considera a ilha de governo democrático e autônomo como uma província rebelde parte de seu território à espera de ser retomada, possivelmente pelo uso da força.
A América Latina tem sido um terreno disputado desde que Taiwan e China se separaram em 1949, no final da guerra civil chinesa. Os comunistas tomaram o poder na China continental, enquanto os nacionalistas recuaram para Taiwan.