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Peru

Presidente descarta eleição antecipada no Peru

Decisão foi tomada após convocação de protestos pedindo renúncia da presidente Dina Boluarte

Presidente peruana Dina BoluartePresidente peruana Dina Boluarte - Foto: Cris Bouroncle/AFP

A presidente peruana, Dina Boluarte, descartou, nesta quinta-feira (15), a convocação de eleição antecipada no Peru, diante da convocação de novos protestos da oposição motivada a sua renúncia.

"O assunto do adiantamento das eleições está encerrado, continuaremos trabalhando de forma responsável e de acordo com a Constituição até julho de 2026", disse Dina ao termo de um conselho de ministros em Lima.

A mandatária, que substituiu em dezembro o encarcerado Pedro Castillo, respondeu aos movimentos da oposição que planejava marchar em direção a Lima nos próximos dias, vindo das províncias do sul andino. Os organizadores, incluindo a Federação Departamental dos Trabalhadores de Arequipa, preparam a "terceira ocupação de Lima", referindo-se a duas marchas de protesto realizadas nos primeiros meses do ano perante a saída de Dina Boluarte e novas eleições.

A presidente peruana apresentou no começo do ano ao Congresso, controlado pela direita, dois projetos para antecipar a eleição para 2024 (abril e dezembro), mas ambos foram rejeitados por falta de consenso.

Dina pediu hoje a suspensão da medida, para evitar mortes. "Peço a essas pessoas que estão anunciando a terceira ocupação de Lima. Quantas mortes mais elas querem?".

A repressão do governo peruano desde que Dina Boluarte assumiu a presidência, em dezembro passado, resultou em 50 mortes, das quais cerca de 20 foram causadas por tiros disparados pelas forças militares, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Dina era vice-presidente do Peru até assumir o cargo, em 7 de dezembro, após a destituição do esquerdista Pedro Castillo por sua tentativa de dissolver o Congresso, governar por decreto e convocar uma Assembleia Constituinte. Castillo está em prisão preventiva em Lima, aguardando decisão da Justiça sobre um eventual julgamento.

Em janeiro, o Ministério Público abriu uma investigação sobre a gestão do presidente e de outros altos funcionários por supostos crimes de "genocídio, homicídio qualificado e lesões graves". No entanto, Dina possui imunidade até o fim de seu mandato, em julho de 2026.

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