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América Latina

Presidente do Equador anuncia referendo sobre segurança, justiça e meio ambiente

Sobre a segurança, o presidente propôs permitir que as Forças Armadas intervenham na gestão da segurança

Presidente equatoriano Guillermo Lasso falando no palácio Carondelet em Quito em 28 de junho de 2022Presidente equatoriano Guillermo Lasso falando no palácio Carondelet em Quito em 28 de junho de 2022 - Foto: Bolivar Parra / Presidência do Equador / AFP

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, apresentou nesta segunda-feira (12) as perguntas de um referendo que pretende impulsionar reformas que permitam, entre outras coias, a intervenção de militares no combate ao narcotráfico e a redução do número de deputados no Congresso.

A consulta "abordará problemas que o Equador não pôde resolver no passado (...), me refiro sobretudo à segurança e ao narcotráfico, mas também a graves deficiências institucionais que diminuem a qualidade da nossa democracia", disse o presidente em um parque no norte de Quito.

O governante, que em abril havia anunciado as intenções de realizar uma consulta popular, detalhou as oito perguntas que foram entregues à Corte Constitucional para sua validação.

Sobre a segurança, o presidente propôs permitir que as Forças Armadas intervenham na gestão da segurança interna para combater o crime organizado e o narcotráfico, que estão aumentando.

Também propôs a extradição de equatorianos envolvidos em crimes transnacionais e que o Ministério Público se encarregue de sancionar funcionários judiciais que incorram em falhas.

A Constituição destaca os militares como os encarregados de defender a soberania territorial, mas não a ordem interna. Além disso, proíbe a extradição de equatorianos e estabelece que o Conselho de Magistratura é o órgão encarregado da disciplina dentro da função judicial.

Confrontado com o Legislativo, onde a oposição está dispersa, mas é maioria, Lasso também propôs a redução do número de deputados, de 137 "a um número próximo de 100".

"Reduzindo o número de deputados, aumentaremos também o controle, a vigilância e exigência cidadã sobre eles", disse Lasso, quem em junho passado, em meio aos protestos contra o alto custo de vida, se salvou de ser destituído pelo Congresso.

Outras preguntas propõem mais controles aos partidos políticos e que se elimine a faculdade do Conselho de Participação Cidadã - criado no governo do ex-presidente socialista Rafael Correa - de designar autoridades.

Enquanto ao meio ambiente, o governante - que tem insistido em seu plano de dobrar a produção petroleira - propôs pagar compensações a quem prestar serviços de proteção da natureza e incluir zonas de proteção hídrica no sistema nacional de áreas protegidas.

Em 2018, o ex-presidente Lenín Moreno (2017-2021) convocou uma consulta popular que suprimiu a reeleição por tempo indeterminado, aprovada durante o mandato de Correa (2007-2017).

Este último também usou o recurso da consulta para inabilitar políticos com dinheiro em paraísos fiscais, reformar a justiça e regular a imprensa.

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