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AMÉRICA DO SUL

Presidente do Equador considera 'traição' a denúncia de sua vice

Na acusação, a vice-presidente pediu que Noboa fosse suspenso do cargo

O presidente do Equador, Daniel NoboaO presidente do Equador, Daniel Noboa - Foto: Rodrigo Buendia/AFP

O presidente do Equador, Daniel Noboa, classificou como "traição" a denúncia de sua vice, Verónica Abad, que acusou o mandatário de violência de gênero perante o Supremo Tribunal Eleitoral equatoriano com o objetivo de destituí-lo do cargo.

"Lutaremos contra essa traição da vontade do povo, e tenham certeza: nos encontraremos nas urnas”, escreveu Noboa em uma declaração publicada em suas redes sociais.

Na acusação, a vice-presidente pediu que Noboa fosse suspenso do cargo e impedido de exercer cargos públicos por quatro anos.

A denúncia de Abad ocorre poucos dias após a proclamação de Noboa por seu partido ADN para disputar a reeleição nas eleições gerais de fevereiro próximo.

Na ocasião, sua companheira de chapa será María José Pinto, sua atual secretária do programa Crescer Sem Desnutrição Infantil.

Abad apresentou a denúncia ao Tribunal de Disputas Eleitorais (TCE) por considerar que "houve violação de seus direitos de participação com violência de gênero", assinalou mais cedo em um vídeo divulgado na rede X a ministra do Interior, Mónica Palencia.

"Eles buscam arrancar do país a ratificação de um projeto político que, pela primeira vez na história, decidiu não compactuar com a corrupção ou com os mafiosos e que dá passos firmes para a recuperação do nosso país”, acrescentou o presidente, que está no poder desde novembro do ano passado por um período de 18 meses.

Pouco depois de assumir o cargo, Abad foi nomeada embaixadora em Israel, o que piorou suas relações já tensas com o presidente desde a época da campanha.

Desde então, a vice-presidente tem criticado o governo e protestado contra o que considera uma "perseguição" após a detenção de um filho por suposto tráfico de influência.

O Ministério Público também incluiu Abad nessa investigação, mas o Legislativo não autorizou um julgamento criminal contra ela.

Abad “pretende assumir o poder do governo, ser a presidente do Equador e também inabilitá-lo para poder ser candidato à Presidência” nas eleições de 2025, disse a ministra, que, junto com Noboa, lidera uma guerra contra o tráfico de drogas e o crime organizado.

Por lei, o presidente não pode destituir Abad do cargo, que deve assumir temporariamente a Presidência quando Noboa registrar sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Após a escalada do conflito em Israel, Abad foi transferida para a Turquia por segurança, segundo determinado por Quito.

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