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Crise no Equador

Presidente do Equador reduz preços dos combustíveis após pressão das ruas e do Congresso

Guillermo Lasso cedeu a uma redução de 10 centavos de dólar no preço do diesel e da gasolina comum

Guillermo Lasso, presidente do Equador Guillermo Lasso, presidente do Equador  - Foto: Pablo Porciuncula / AFP

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou no domingo (26) a redução dos preços dos combustíveis, tema das manifestações indígenas que abalam o país há duas semanas e que o deixam em posição frágil em um debate sobre um possível impeachment no Congresso. 

Embora em percentual menor que o exigido por milhares de pessoas indignadas com o elevado custo de vida, o presidente cedeu a uma redução de 10 centavos de dólar que deixa o preço do diesel em 1,80 dólar e o da gasolina comum em US$ 2,45. Os indígenas desejam quedas para 1,50 e 2,10 dólares, respectivamente.

Os bloqueios nas estradas e a apreensão de mais de mil poços deixaram o setor de petróleo, principal item de exportação do país, em crise. Se os protestos continuarem, o país pode parar de produzir petróleo nas próximas 48 horas, segundo o governo.

Ao mesmo tempo, pelo segundo dia consecutivo o Congresso debateu a conveniência de destituir Lasso, que um setor da oposição considera responsável pela "grave crise política e comoção interna" que afeta o país desde 13 de junho, com manifestações e bloqueios quase diários.

Depois de sete horas de deliberações no domingo, a sessão foi adiada para terça-feira às 11h locais (13h de Brasília). Vinte deputados ainda pretendiam falar do de 84 inscritos para discursar. 

A bancada do União pela Esperança, partido ligado ao ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017), convocou o debate contra Lasso, que considera a pressão social uma tentativa de golpe. 

A destituição do presidente precisa de 92 dos 137 votos possíveis no Congresso, onde a oposição tem maioria, mas está fragmentada.

Após a conclusão dos debates, os deputados terão prazo máximo de 72 horas para votar.

Quase 14 mil indígenas protestam em todo o país para exigir medidas que aliviem a pobreza em suas terras agrícolas. 

"Amanhã (segunda-feira) vamos nos unir para continuar lutando nas ruas", anunciou o líder das manifestações, o indígena Leonidas Iza, em um parque no centro de Quito.

Principal foco das mobilizações, quase 10 mil manifestantes saíram de suas cidades de origem e viajaram até a capital.

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