Presidente do México diz que não há provas de produção de fentanil no país
Sheinbaum acrescentou que seu governo está combatendo o tráfico dessa droga e mencionou a apreensão de mais de uma tonelada de comprimidos de fentanil no início de dezembro passado
A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta terça-feira (7) que não foram encontradas evidências de que o fentanil seja produzido em seu país, em meio às ameaças do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas caso o tráfico dessa droga persista.
"Até agora, o fato de que chegam precursores, porque a maior parte dos precursores vem da Ásia, e que todo o processo seja fabricado aqui no México, isso não foi encontrado. Isso não significa que não continuemos investigando", declarou a mandatária em sua habitual coletiva de imprensa matinal.
Sheinbaum acrescentou que seu governo está combatendo o tráfico dessa droga e mencionou a apreensão de mais de uma tonelada de comprimidos de fentanil no início de dezembro passado, no estado de Sinaloa (noroeste).
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Ela também afirmou que as autoridades estão monitorando todos os precursores que entram no México "para a produção de qualquer medicamento" e também a "entrada de fentanil para usos médicos".
O governo mexicano lançou, nesta terça-feira, uma campanha informativa em meios de comunicação e escolas para evitar o consumo de fentanil, embora Sheinbaum tenha destacado que o uso dessa substância "não é um problema" no país, como é nos Estados Unidos e no Canadá.
Trump, que assumirá o poder no próximo dia 20 de janeiro, advertiu que aplicará tarifas de 25% sobre as importações do México como forma de pressão para conter o tráfico de drogas e a entrada de migrantes sem documentos nos Estados Unidos.
O uso ilícito do fentanil, um opioide sintético prescrito sob controle médico e 50 vezes mais potente que a heroína, causa dependência grave e está relacionado a dezenas de milhares de mortes por overdose registradas nos Estados Unidos.
O México é uma das principais rotas de tráfico dessa substância e dos componentes para sua fabricação, a maioria proveniente da China, que também enfrenta pressões tarifárias por parte de Trump.