"Documentos Vazados"

Presidente do México diz que protegerá organizações de segurança da "espionagem" dos EUA

Obrador já havia denunciado na segunda-feira (17), que os EUA espionam as entidades de segurança mexicanas

Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador  - Foto: Johan Odonez / AFP

O México protegerá as informações de suas agências de segurança, anunciou o presidente Andrés Manuel López Obrador nesta terça-feira (18), reiterando que essas instituições são alvos de espionagem dos Estados Unidos.

"Vamos cuidar das informações da Secretaria da Marinha e da Secretaria da Defesa porque estamos sendo alvo de espionagem do Pentágono", acusou o presidente de esquerda durante sua coletiva de imprensa diária, sem detalhar as medidas que irão ser adotadas.

López Obrador, também conhecido por suas iniciais 'AMLO', já havia denunciado na segunda-feira (17) que seu vizinho do norte espia entidades de segurança mexicanas, após um vazamento de documentos do Pentágono que indicam supostas tensões entre o Exército e a Marinha do México.

O presidente garantiu nesta terça-feira que a isso se somam os vazamentos que, segundo ele, são feitos pela agência antidrogas americana (DEA) à mídia mexicana crítica ao governo. No entanto, AMLO descartou apresentar uma queixa diplomática.

Segundo documentos sigilosos citados pelo The Washington Post, as autoridades americanas avaliaram as implicações de uma lei mexicana que ordena ao Exército monitorar e proteger o espaço aéreo do país.

Segundo a avaliação, esse poder poderia "exacerbar" a "rivalidade existente" entre Exército e Marinha e "minar sua capacidade de realizar operações conjuntas".

Um banco de dados do Exército também foi acessado por um grupo de hackers identificados como Guacamaya, segundo publicaram vários meios de comunicação mexicanos em outubro do ano passado.

Essas informações indicavam que a instituição utilizou o software israelense Pegasus durante o atual governo, ao contrário do que López Obrador havia dito em 2021, quando vinculou seu uso a gestões anteriores, às vezes de forma ilegal.

O software foi adquirido pelo México em 2011.

Segundo as publicações derivadas do ataque hacker, o Exército espionou três civis durante o governo de López Obrador, no poder desde 2018 e que nega tais acusações.

As denúncias foram retomadas em uma investigação do jornal The New York Times, publicada nesta terça-feira, que garante que ainda no segundo semestre de 2022 o software de espionagem foi utilizado para grampear os telefones de dois defensores dos direitos humanos.

O relatório acrescenta que, entre os clientes do Pegasus, o México foi o país onde o programa teve maior uso.

Mas López Obrador reiterou nesta terça-feira que seu governo não realiza espionagem, embora faça um trabalho de inteligência legal contra o crime organizado.

Tanto o Exército quanto a Marinha realizam tarefas de segurança no México, envolvido em um turbilhão de violência desde 2006, quando o então governo lançou uma operação antidrogas com a participação de militares que resultou na morte de mais de 350 mil mortos até hoje.

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