Presidente do México, López Obrador, recomenda que "não metam o nariz" na Venezuela
Andrés Manuel López Obrador reiterou que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu nesta terça-feira (30) a todos que questionam e até denunciam uma fraude nas eleições que deram a Nicolás Maduro um terceiro mandato consecutivo que "não metam o nariz" na Venezuela.
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"Que se revisem as atas, que se contem os votos, mas que não haja desconhecimento a priori e que não metam as mãos nem o nariz aqueles que não agem de verdade, na realidade, de forma democrática", disse o mandatário esquerdista durante sua habitual coletiva de imprensa.
López Obrador reiterou que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo venezuelano, e instou a esperar a contagem final e a "não desqualificar" as eleições "nem de um lado nem do outro".
Depois do CNE ter proclamado Maduro como vencedor das eleições de domingo, eclodiram protestos que deixaram ao menos onze civis mortos, segundo quatro organizações de defesa dos direitos humanos.
López Obrador apelou a que as manifestações fossem pacíficas.
Obrador criticou também o "intervencionismo" de governos estrangeiros e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que nesta terça denunciou que as eleições sofreram "a mais aberrante manipulação".
"Os governos de outros países pequenos, médios ou grandes não têm o que fazer? Por que se intrometem nos assuntos de outros países? Por que o intervencionismo? Por que a OEA tem que se intrometer?", questionou López Obrador, sem especificar os países referidos.
A sucessora e integrante do mesmo partido de Obrador, Claudia Sheinbaum, que tomará posse em 1º de outubro, também denunciou o “intervencionismo” que a proclamação de Maduro provocou e apelou à “transparência dos resultados para que não haja lugar para confusão”.
O Conselho Permanente da OEA convocou uma reunião extraordinária na quarta-feira para "abordar os resultados do processo eleitoral", após pedidos, nesse sentido, da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.
"A OEA não tem credibilidade, com que fundamento a OEA sustenta que o outro candidato [Edmundo González] ganhou? Onde estão as provas?", disse o presidente mexicano.
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, bem como grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia, o Brasil e a Colômbia, questionaram os resultados da votação.