Presidente do Museu Britânico diz que "ainda há um caminho" até acordo sobre mármores do Partenon
As declarações de Osborne ocorrem após o próprio Museu Britânico ter deixado em aberto a possibilidade de "uma parceria de longo prazo" com as autoridades gregas
O presidente do Museu Britânico, George Osborne, reconheceu, nesta quarta-feira (4), avanços nas negociações com as autoridades gregas para um possível retorno dos mármores do Partenon a Atenas, acrescentando, no entanto, que "ainda há um caminho" até um acordo.
"Estamos vendo se conseguimos chegar a um acordo em que, em algum momento, certas esculturas estejam em Atenas e, em troca, a Grécia nos empreste parte de seus tesouros", disse Osborne, em seu podcast Political Currency.
"Avançamos muito nisso, mas ainda há um caminho a percorrer até qualquer tipo de acordo", acrescentou.
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As declarações de Osborne ocorrem após o próprio Museu Britânico ter deixado em aberto a possibilidade de "uma parceria de longo prazo" com as autoridades gregas, que pedem a devolução dos mármores do Partenon e que, pouco antes, haviam afirmado que o governo britânico não iria se opor ao retorno das esculturas a Atenas.
O tema espinhoso foi abordado no encontro de terça-feira entre o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e seu homólogo britânico, Keir Starmer. Os mármores do Partenon estão sob posse do Museu Britânico desde 1816.
Osborne, que foi ministro das Finanças, tentou reduzir em seu podcast as expectativas de que qualquer acordo de empréstimo seja iminente, esclarecendo que falava de Nova York.
"Eu estaria em Londres se estivéssemos prestes a chegar a um acordo com a Grécia sobre as esculturas do Partenon", afirmou.
Osborne lembrou que a atual legislação britânica impede o museu de fazer restituições, exceto em "casos em que esteja claro que os bens foram roubados. Mas temos o direito de emprestar objetos".
A Grécia reivindica a devolução dos frisos, alegando que foram objeto de um "saque" quando o país estava sob ocupação otomana.
O Reino Unido, por sua vez, afirma que as esculturas foram adquiridas "legalmente" em 1802 pelo diplomata britânico Lord Elgin, que as vendeu ao Museu Britânico.
A cada ano, cerca de 1.400 objetos são cedidos a longo prazo pelo museu para instituições com as quais mantém parcerias.