Logo Folha de Pernambuco

peru

Presidente do Peru acusa MP de fazer parte de golpe de Estado

Ministério público acusa presidente de chefiar uma rede de corrupção com lavagem de dinheiro e concessão de contratos de obras públicas

Presidente do Peru, Pedro CastilloPresidente do Peru, Pedro Castillo - Foto: Jhonel Rodriguez / ANDINA / AFP

O presidente do Peru, Pedro Castillo, reiterou nesta quinta-feira (13) que a denúncia do Ministério Público (MP) que pode lhe custar o cargo faz parte de um golpe de Estado, e voltou a negar as acusações de que lidera uma organização criminosa em seu governo.

"Não se pode promover um golpe de Estado manipulando ou politizando outro poder, como é o espaço do Ministério Público", declarou Castillo à TV estatal durante uma viagem oficial pelo interior do país. "O que rejeitamos é criar testemunhas, querer orquestrar dizendo que Pedro Castillo é chefe de uma rede criminosa."

Castillo chamou a denúncia constitucional contra ele apresentada ao Congresso na última terça-feira pela procuradora-geral Patricia Benavide de "erro" que está a tempo de ser corrigido.

A hipótese do MP é que o presidente chefia uma rede de corrupção com lavagem de dinheiro e concessão de contratos de obras públicas, e que é formada por seu entorno familiar e político.

Esta é a primeira vez que o MP denuncia um presidente em exercício no Peru.

A Subcomissão de Acusações Constitucionais do Congresso, primeiro obstáculo do processo que pode levar a um julgamento, começará a avaliar a denúncia nesta sexta-feira, em um processo que levará pelo menos duas semanas. Se a denúncia for declarada admissível, terá início um julgamento político contra Castillo, que pode durar entre dois e três meses.

O plenário do Congresso é a única instância que pode decidir o destino de Castillo, eleito no ano passado para governar até julho de 2026.

A denúncia inclui dois ex-ministros acusados de tráfico de influência: Juan Silva, ex-titular de Transportes e Comunicações, e Geiner Alvarado, ex-ministro da Habitação. Ambos são acusados de fazer parte da organização supostamente dirigida por Castillo na presidência.

Paralelamente, grupos de apoiadores e críticos do presidente se mobilizaram nas ruas do centro histórico de Lima.

"Fora, delinquente!", gritou um grupo de militantes do partido social-democrata APRA, que chegou à praça de armas de Lima.

"Apoio ao casal presidencial", dizia um cartaz exibido por apoiadores do mandatário.

Castillo acumula seis inquéritos contra ele desde que assumiu o poder, há 15 meses. Os casos atingem seu entorno familiar, como sua esposa, cunhado e sobrinhos.

Desde que chegou ao poder, tem vivido sob cerco do Ministério Público, e o assédio de um Congresso dominado pela direita, que exige sua renúncia e já tentou destituí-lo duas vezes.

O presidente, um professor de escola rural, assim como sua esposa, nega que sua família tenha cometido crimes e se diz vítima de um campanha para tirá-lo do poder.

Veja também

Todos os hospitais de Gaza irão reduzir ou cessar atividades por falta de combustível
Guerra no oriente médio

Todos os hospitais de Gaza irão reduzir ou cessar atividades por falta de combustível

Anvisa aprova vacinas da Covid atualizadas para cepa JN.1
BRASIL

Anvisa aprova vacinas da Covid atualizadas para cepa JN.1

Newsletter