Presidente do Peru vai testemunhar, na segunda-feira, por suposta corrupção
Pedro Castillo receberá, nesta segunda-feira (27), uma comissão parlamentar
O presidente do Peru, Pedro Castillo, receberá, nesta segunda-feira (27), uma comissão parlamentar para ser questionado pela primeira vez sobre um caso de suposta corrupção que pode desencadear um pedido de impeachment, informou, neste domingo (26), seu advogado.
"A Comissão de Fiscalização irá amanhã ao Palácio (do Governo, sede do Executivo)", disse o advogado Benji Espinoza à rádio RPP.
A reunião está marcada para as 9h30, horário local, mas não se sabe se será pública, como exige a defesa de Castillo, ou a portas fechadas, como pede a comissão.
A comissão do Congresso, dominado pela oposição de direita, convocou Castillo para comparecer em 21 de junho, mas o interrogatório foi adiado a pedido do governante de esquerda.
O caso que colocou o presidente sob o escrutínio dos legisladores é o mesmo pelo qual a promotoria o está investigando, um fato inédito na justiça peruana.
A promotoria investiga Castillo, no poder há 11 meses, por supostos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e conluio, com o agravante de envolver possivelmente seu entorno político e familiar.
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Trata-se da investigação do consórcio "Puente Tarata III", que busca apurar se um ex-ministro dos Transportes, seis parlamentares, um ex-secretário-geral da Presidência e dois sobrinhos de Castillo faziam parte de uma suposta rede criminosa chefiada pelo presidente para conceder um contrato de obras públicas.
"Há grandes indícios e suspeitas reveladoras de supostos atos de corrupção", disse o presidente da entidade, o parlamentar fujimorista Héctor Ventura.
Castillo já respondeu a um primeiro interrogatório perante a promotoria há duas semanas.
Outros quatro investigados do entorno do presidente estão foragidos depois que uma ordem de prisão preventiva foi emitida contra eles.
A comissão planeja apresentar o relatório de sua investigação ao plenário do Congresso em uma semana.
Se aprovado, o caminho está aberto para que Castillo -que completará um ano no poder em 28 de julho- responda a um novo pedido de impeachment.
O Congresso fracassou em duas tentativas de destituir o presidente, a última em março, quando um julgamento político relâmpago realizado pela oposição obteve apenas 55 dos 87 votos necessários.
O mandato de Castillo, professor rural de 52 anos, termina em julho de 2026.