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GREVE DOS RODOVIÁRIOS

Presidente do Sindicato dos Rodoviários é liberado; polícia diz que ele cometeu desobediência

Aldo Lima assinou termo de compromisso na Ceplanc, no Recife

Momento em que Aldo Lima deixa Ceplanc após ser detidoMomento em que Aldo Lima deixa Ceplanc após ser detido - Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, foi liberado após ter sido detido no início da manhã desta sexta-feira (28), terceiro dia da greve da categoria. De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, ele cometeu o crime de desobediência.

A prisão de Aldo Lima aconteceu por volta das 4h30 diante da garagem da empresa Pedrosa, localizada no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. Ele liderava um ato quando foi detido pelos policiais. Imagens enviadas à Folha de Pernambuco pelo sindicato mostram o momento que Aldo é algemado pelos policiais e colocado dentro de uma viatura.

Segundo o advogado do sindicato, a empresa estaria colocando mais de 60% da frota em circulação — decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) estipulava esse percentual para horários de pico.

Em fala à Folha de Pernambuco após ser liberado, Aldo Lima afirmou que foi à garagem da Pedrosa após receber denúncias de trabalhadores que estariam sendo coagidos a trabalhar apesar da greve sob ameaça de serem demitidos ou trocar de turno.

"O sindicato precisou ir até a frente da garagem. Nesse momento, a polícia já estava presente. Eu tentei parar um veículo para conversar com um trabalhador. Foi quando os policiais vieram para falar que eu não poderia ficar ali, que eu não poderia conversar com os trabalhadores e que a frota deveria sair. Eu disse a ele que era um direito legítimo de greve, um direito nosso de dialogar com os trabalhadores. Não fiz nenhuma resistência. Lamentavelmente esse fato aconteceu", afirmou Aldo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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De acordo com relatos de testemunhas passados à Polícia Civil, Aldo Lima teria mobilizado um grupo de manifestantes para bloquear a saída de coletivos e impedir trabalhadores que não estariam aderindo à greve de exercer suas atividades.

"O autor teria desobedecido ordem judicial e, ao ser solicitado, segundo relatos de testemunhas, que saísse da frente de um coletivo de saída da empresa, o autor não teria acatado, colocando a sua vida e a de terceiros em risco", disse a Polícia Civil, por meio de nota. 

Policiais militares do 11º BPM foram ao local. Segundo a PM, "mesmo com ordem judicial para liberação da passagem para as garagens de coletivos, o presidente do Sindicato dos Rodoviários impedia a saída dos veículos". "O efetivo pediu que ele saísse e ele não obedeceu, desacatando o policiamento e resistindo", explicou a corporação.

Aldo Lima foi conduzido à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, também na Zona Norte do Recife, onde o caso foi registrado pela Polícia Civil como desobediência. Por fim, ele assinou um termo de compromisso e foi liberado. 

Relato da mãe
Mãe de Aldo Lima, Leidejane Lima da Silva relatou a agonia ao saber da prisão do filho. "Me desesperei, pedi ao irmão dele para vir para cá [a Ceplanc, no Recife] e me trazer. Desde 2013 que ele luta pelos rodoviários, é perseguido pela oposição, todo tipo de perseguição, já foi demitido. Intimações e mais intimações chegando dentro e casa", disse, completando:

"Essa eu não aguentei, de ver meu filho entrando num camburão como se fosse um marginal. Sabe o que é uma mãe ver um filho entrando num camburão como se fosse uma marginal? É uma luta muito grande"

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