Presidente mexicana sugere mudar nome dos EUA para 'América Mexicana' após Trump propor rebatizar Go
Declaração de Claudia Sheinbaum, acompanhada de um mapa-múndi do século XVII, rebate fala de republicano sobre mudança no nome da região para Golfo da América
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quarta-feira que os Estados Unidos deveriam ser chamados de "América mexicana", em provocação à proposta do presidente eleito americano, Donald Trump, de mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América", com "América" fazendo referência aos EUA e não ao continente.
— Obviamente o nome do Golfo do México é reconhecido pelas Nações Unidas. Por que não o chamamos de América mexicana [os EUA]? Parece bom, não é? — disse a presidente em sua habitual entrevista coletiva diante de um mapa-múndi do século XVII em que aparece a região América do Norte com esse nome. E acrescentou: — Ele falou sobre o nome, nós também falamos sobre o nome.
Apesar da resposta à altura, Sheinbaum disse que "terá uma boa relação com o presidente Trump."
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— Em que me baseio? Que houve uma boa relação com o presidente (Andrés Manuel) López Obrador (2018-24) — disse, em referência ao seu antecessor e aliado.
A fala de Trump ocorreu durante uma entrevista coletiva na terça-feira, incialmente voltada para anunciar investimentos dos Emirados Árabes em tecnologia americana. O republicano disse que gostaria de mudar o nome do Golfo do México quando assumir a presidência dos EUA, no próximo dia 20. Ele também afirmou que o México é essencialmente governado por cartéis.
Trump já tinha ameaçado impor tarifas de 25% ao México se não impedisse a entrada de imigrantes sem documentos e de drogas no seu país, o que pode pressionar Sheinbaum a ceder, assim como o fez López Obrador durante o primeiro mandato do republicano.
O magnata também anunciou que declarará os cartéis mexicanos como terroristas, medida que já considerava em seu mandato anterior (2017-2021), mas foi arquivada a pedido de López Obrador, que concordou em cooperar em matéria de segurança, rejeitando uma possível presença militar americana no seu território. Sheinbaum também criticou a medida sob o mesmo argumento do seu antecessor, de evitar uma incursão estrangeira que ameace a soberania do país.
Além da fala sobre o Golfo do México durante a entrevista coletiva de terça, o republicano também disse que não descarta uma ação militar para assumir o controle do Canal do Panamá ou da Groenlândia, argumentando "motivos de segurança econômica".
Reforçou ainda a proposta de anexar o Canadá aos EUA, transformando-o no "51º estado" americano, e que, diferentemente do Panamá e da Groenlândia, usaria a força econômica para atingir seu objetivo.