Presidente ucraniano pede exclusão da Rússia da FAO
Criada em 1945 e presente em 130 países, a missão da FAO é "garantir a segurança alimentar para todos"
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira (9) a exclusão da Rússia da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no momento em que Kiev acusa Moscou de provocar uma crise mundial de cereais depois de invadir seu país.
"Não pode haver nenhuma discussão sobre prolongar a adesão da Rússia à FAO. O que há para a Rússia fazer se está provocando a fome de pelo menos 400 milhões de pessoas, ou potencialmente mais de um bilhão de pessoas?", questionou Zelensky durante uma reunião da OCDE.
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Os portos ucranianos no Mar Negro geralmente exportam milhões de toneladas de cereais a cada ano, mas estão bloqueados desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro.
"O Mar Negro, que é uma das rotas cruciais no mundo para a exportação de alimentos, está bloqueado pela Marinha russa", criticou Zelensky na conferência de Paris, que tem a presença do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e do presidente da União Africana, Macky Sall.
Ao lado das sanções ocidentais contra a Rússia, que impedem Moscou de vender grande parte de seus cereais ao exterior, o bloqueio provocou a disparada dos preços dos alimentos e gerou alertas para o risco de fome no Oriente Médio e na África.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou na quarta-feira, durante negociações apoiadas pela ONU na Turquia, que Moscou estava disposto a conceder uma passagem segura aos navios que transportam milho e trigo ucranianos.
Criada em 1945 e presente em 130 países, a missão da FAO é "garantir a segurança alimentar para todos". A Rússia integra a organização desde 2006.